Eleições 2014: Entrou água na festa do PT no dia 30


Por: Luiz Fernando Lima - Bocão News


A inauguração da fábrica do Grupo Petrópolis, na sexta (22), e a plenária de mandato do senador Walter Pinheiro, no sábado (23), foram ricas em informações para os petistas envolvidos na disputa pela indicação do partido para a cabeça de chapa de 2014.

Longe de cravar um nome entre Rui Costa (Casa Civil), José Sérgio Gabrielli (Planejamento) e Walter Pinheiro (senador) – Luiz Caetano anunciou a realização de um evento para retirar a pré-pré-candidatura – os eventos ajudam a bagunçar o tabuleiros da estrela vermelha.

Durante o pronunciamento de sábado, o ex-presidente da Petrobras trouxe à luz algo que vinha sendo tratado nos corredores do diretório estadual do partido, localizado no Rio Vermelho em Salvador. Ao afirmar que a reunião do próximo dia 30 não pode ser uma festa, Gabrielli deu uma pista do que vinha sendo preparado.

À reportagem do Bocão News chegou a informação de que os petista haviam procurados os representantes da Arena Fonte Nova para realizar o evento de anúncio do indicado, neste caso, Rui Costa. Contudo, nenhum dirigente ou os quadro do partido confirmou o evento. A notícia correu na “rádio corredor” e teria desagrado Pinheiro e o próprio Gabrielli. Nenhum dos dois admitiu publicamente.

“Nós não podemos fazer da reunião do diretório apenas uma festa. Apesar de ser importante ter festa. Temos que transformar a reunião num momento de discussão de quais os desafios e diretrizes do próximo governo”, declarou o ex-presidente da Petrobras.

Ato contínuo, o próprio Gabrielli convocou um encontro extraordinário do partido. Para o postulante, ainda que o nome seja definido no dia 30 de novembro, é preciso realizar o evento estatutário para que os delegados eleitos no último PED possam discutir de forma profunda a responsabilidade histórica que está nas mãos dos petistas. “O horizonte é a recondução do nosso comandante do partido ao governo de transformação”.

Antes de entrar neste assunto, o secretário elogiou o “modus operandi” do governador Jaques Wagner. Embora não seja a opção do governador entre os quatro postulantes, Gabrielli apostou no “fair play”. Contudo, em se tratando de discurso, as entrelinhas são ricas em recados.

“O governador é um democrata radical. Extremamente comprometido com espaços para ouvir a sociedade. Comprometido com as costuras para formar alianças. Não é do feitio do governador atropelar as decisões. Não é do feitio impor decisões”.

Na sexta-feira, Wagner deixou claro que tem uma decisão tomada e que já preparou a argumentação para apresentar ao partido em busca de convencimento. Não revelou a estratégia porque, conforme o próprio, “se eu declarar aqui quais são os argumentos estarei predizendo uma opção e eu não quero dizer isso porque não quero constranger o partido”.

Recado dado, o governador voltou a afirmar que o rótulo de impor algo não vai recair sobre ele. “O termo de autoritário não me cabe, modéstia à parte, eu sou conhecido por termos revertido um processo autoritário que existia aqui. Eu não vou enquadrar o PT, eu não vou impor ao PT a minha vontade, como também não vou abrir mão de como governador ser um condutor deste processo porque ai seria uma irresponsabilidade e eu negar aquilo que tenho como delegação do povo baiano”.

O governador deixou “escapar” que a possibilidade da realização do encontro é rela. “Se o PT entender que vamos para o encontro estadual. Vamos para ele. Para mim não é esse o problema. Eu estou exibindo argumentos. Não se trata de um fetiche ou mimo do governador por a, b ou c. Não estou comparando pessoas. Estou dizendo qual é a minha concepção de formação de quadros do partido. Já disse às pessoas do PT que meu prazo de validade está chegando. Eu quando acabar em 2014 não voltarei a ser governador da Bahia. Não sou mais puxador de fila. Estou querendo apostar nesta geração que está chegando”. 

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