BAHIA NOTÍCIAS/Curtas do poder: Rui Costa tem mais carlistas ao lado do que ACM, o Neto

por Zeca de Aphonso

Curtas do poder

* Tomei um susto ao saber da impugnação da candidatura de Victor Ventin a presidente da Fieb. Motivo: ele não possui indústria e não tem cargo em nenhum sindicato patronal. Já o presidente José Mascarenhas vem a ser funcionário de uma construtora. Aliás, pelo que me recordo, a Fieb não tem sido feliz com seus dirigentes.

* Para quem não lembra, eu recordo que Geddel brigou com o velho ACM por não aceitar suas imposições. Briga esta que lhe custou caro. Hoje, ao ver Geddel implorando apoio doNeto, chego à conclusão de que na política pode tudo.

* Por falar no velho, às vezes me pego pensando que ele deve estar se mexendo todo no túmulo ao saber que Geddel hoje é liderado de seu neto; que Borges e Otto estão com Wagner e não abrem; que Paulo Souto, que lhe tomou o partido em outrora, coordenou a campanha do Soberano; e que Duquinho é amigo-irmão do Galego (Jaques Wagner).

* Gostaria de entender como um secretário de Cultura autoriza incentivo fiscal para o Verão Coca-Cola. No mínimo, os baianos não devem precisar de tal incentivo. Aliás, se o nobre secretário não sabe, a verba de marketing e publicidade da Coca está perto do orçamento do Estado.

* Por falar em secretário, quero ver como vai ficar a Secretaria de Turismo com Pedro Galvão e a Bahiatursa com Fernando Ferrero, porque na minha cabeça a Setur é aBahiatursa e a Bahiatursa é a Setur. Um dos dois vai ficar sem fazer nada.

* Deputado Sidelvan Nóbrega, pelo amor de Deus, arrume uma candidatura para Almiro Sena. Ninguém aguenta mais ele na Secretaria de Justiça.

* Acho incrível Marcelo Nilo, depois de cinco anos sem o TCE votar suas contas, pedir celeridade. O que mais me deixa intrigado são os conselheiros do TCE que fazem vista grossa ao fato.

* O Galego saiu na frente e pediu o cargo do seu staff que irá disputar uma vaga nas próximas eleições. Ao que se sabe, tal medida se dá para que o gestor não use a máquina na própria candidatura. O que não entendo é ACM, o Neto, não fazer o mesmo já que prima tanto pela moralidade.

* O deputado Zé Rocha deve estar com muita força dentro do PR mesmo, pois resolveu dar apoio aos maiores inimigos do ministro César Borges: Marcelo Nilo e Otto Alencar.

* Tenho impressão que esta Lavagem do Bonfim vai pegar fogo. De um lado Neto e seu afilhado Geddel. Do outro, Rui Costa com seus carlistas. E no meio o Movimento Passe Livre.

* Por falar em carlistas, outro dia estava pensando que Rui Costa tem ao seu lado mais carlistas que Neto, a exemplo de Zé Carlos Araújo, Ângelo Coronel, Negromonte, César, Otto e por aí vai...

O CABEÇA BRANCA E EU
A BICUDA DE CHUTEIRINHA EM ACM


Muito antes de o Cabeça Branca ser prefeito de Salvador, havia um vereador na Câmara de Salvador que se reelegia com facilidades. Chamava-se “Chuteirinha” e por aí é possível fazer um perfil da figura, dado ao “jogo de bola,” como se dizia em outros tempos, e outros vícios sempre envolvendo o jogo. “Chuteirinha” tinha uma estatura baixa e era do tipo que não levava desaforo para casa. ACM viera dos tempos da “turma do Campo da Pólvora” que marcou época. Pintava e bordava. Era uma turma boa de briga. “Chuteirinha” conhecia bem o pessoal do Campo da Pólvora, porque também era afamado e respeitado nas rodas dos bambas. ACMfoi, antes da prefeitura, deputado estadual e deputado federal, época em que conspirou ao lado dos que defendiam o golpe de Estado. Na prefeitura, desentendeu-se com o vereador e ficaram inimigos mortais, até a morte de “Chuteirinha ”. Ambos juraram uma jura inversa: cada um queria bater no outro. Um dia, os dois se encontraram. Houve uma provocação que ninguém sabe (ou teve a coragem) de dizer de quem partiu. O meu confessor, ao relatar o episódio, disse-me: “Aphonso, embora Salvador conheça a briga, como você é amigo de Antônio Carlos, fique calado. É um episódio do qual ele não quer lembrar”. Assim o fiz. Como tudo nesta cidade de muro baixo  se sabe e tudo se conta, disseram-me a versão dos fatos. No encontro fatal entre ACM, que ainda não era conhecido como Cabeça Branca, um xingou a mãe do outro, desaforos para um lado, para o outro, e ACM foi mais ferino. Bastou!“Chuteirinha” gingou de um lado para o outro, confundiu o adversário e desferiu uma potente bicuda na canela do prefeito, que foi à lona. Como estavam em lugar público, apartaram os contendores e a bicuda do vereador ficou nas crônicas da cidade dos anos 60.

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