PROPAGANDA IGUAL A DO "MUDA ITARANTIM": EDIÇÃO DE IMAGENS DE CANDIDATOS VENDEM "GATO POR LEBRE" EM MATERIAL DE CAMPANHA ELEITORAL

Quem nunca passou pela experiência de se encantar por alguém no mundo virtual e na vida real tomar aquele susto? Mas vender gato por lebre não é exclusividade da internet. Uma olhada mais demorada no material de campanha dos candidatos a deputado, ao governo ou senado é fácil verificar isso.

Na Bahia não é raro aparecer candidato de 50 com ‘carinha’ de 20. Campo fértil de criatividade, as redes sociais estão aí para descontruir a imagem coquete de muitas postulantes nas eleições deste ano. ‘Propaganda enganosa’ ou ‘estelionato eleitoral’ são alguns dos termos usados para a falta de ‘sitocômetro’ de muitos.

Num passe de mágica ou num clique das mãos com o programa photoshop rugas de expressão desaparecem, dentes amarelados se transformam e ficam brancos como leite, peles com marca de acne viram um pêssego.

É certo que o que está em jogo são os projetos dos 1011 candidatos, mas quando não se é honesto com a própria aparência, como acreditar no que prometem?  

Vendendo ilusão - Coordenador de marketing da campanha de Alexandre Padilha (PT) ao governo do Estado de São Paulo, o baiano Maurício Carvalho acredita que os exageros nem sempre devem ser atribuídos ao marketing dos candidatos. “Muitas vezes é a pessoa - seja candidato, seja modelo, seja ator - quem prefere a exposição de uma imagem mais jovem. Cabe ao marketing analisar se isso seria prejudicial ou não. Isso varia. A sociedade ainda aceita muito mais a vaidade feminina, por exemplo, que a masculina”, afirmou em conversa com o Bocão News.

Em princípio, diz Maurição, como é mais conhecido, o photoshop deveria ser usado da mesma forma como se usa a maquiagem. Para disfarçar imperfeições, corrigir uma coisa aqui outra ali. “É para tornar mais agradável o que pode ser considerado desagradável, muitas e muitas vezes pelo próprio dono da imagem”, avaliou, lembrando que “uma foto de candidato é a cara da pessoa fixa, de um mesmo jeito, em um cartaz ou banner por cerca de 3 meses. Sem som, sem música, sem suporte algum a não ser a própria imagem. Então as pequenas falhas saltam pelo excesso de exposição. Ophotoshop ajuda a amenizar os efeitos”.

Segundo Maurício Carvalho, não existe puritanismo no marketing. "Marqueteiro que afirma que não vende ilusão não é marqueteiro. E se ele acha que ao afirmar uma bobagem dessa está sendo marketeiro, na verdade está sendo ingênuo.Todo marketing vende alguma ilusão porque as pessoas ainda não estão preparadas para comprar algumas realidades". 

BOCÃO NEWS

Colaborou Terena Cardoso