"Essa ação contra o Lula pode radicalizar o Brasil." A afirmação é do professor de ética e filosofia da Unicamp Roberto Romano. Em entrevista ao UOL, Romano diz que a ação da Polícia Federal nesta sexta-feira (4) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode "criar uma frente de tensão social" muito grande e que o projeto de uma eventual candidatura de Lula à Presidência da República em 2018 é hoje "muito improvável".
No início da manhã desta sexta-feira, agentes da PF cumpriram um mandado de condução coercitiva contra o ex-presidente Lula em São Bernardo do Campo, em São Paulo. O mandado de condução coercitiva é um tipo de ordem judicial que obriga o alvo a ser levado pela polícia para prestar esclarecimentos. A ação da PF fez parte da 24ª fase da Operação Lava Jato, que investiga desvios de recursos de estatais, como a Petrobras, e o pagamento de propina a agentes públicos, políticos e partidos.
Para Roberto Romano, a ação da PF contra Lula tem um caráter histórico. "É inédito. É a primeira vez que se vê isso no país. O Brasil já teve presidentes depostos e que foram presos por conta da deposição. Mas um presidente conduzido pela polícia por conta de investigações de corrupção é a primeira vez", afirma.
Romano mostrou-se preocupado com os efeitos colaterais da operação contra o ex-presidente. "É um marco que pode ser positivo se a Justiça e o meio político tiverem capacidade de deglutir isso. Caso contrário, vejo que é possível criar uma frente de tensão muito forte. Os seguidores do Lula não ficarão calados. Podemos ter um embate muito mais radical", explica. (leia o restante da reportagem clicando aqui)
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