Após ser
sancionada por Pezão, Lei da Cachaça já causa polêmica
Especialistas e
representantes de bares e restaurantes consideram medida autoritária
POR GUILHERME RAMALHO/globo
RIO - Bebida genuinamente
brasileira, a cachaça está gerando goles e goles de polêmica. Uma lei
sancionada, na semana passada, pelo governador Luiz Fernando Pezão obriga
bares, restaurantes e hotéis a incluírem em suas cartas de bebidas destiladas
pelo menos quatro marcas de cachaça produzidas no estado. A medida revoltou os
proprietários dos estabelecimentos. Conforme antecipou ontem a coluna Gente
Boa, o Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio (SindRio) e a Associação
Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-RJ) já se mobilizam para entrar na
Justiça contra a chamada Lei da Cachaça.
— Não temos nada
contra a cachaça. Trabalhamos e gostamos do produto. O que a gente não concorda
é com a imposição. Isso não é admissível nem constitucional. Quem manda nos
produtos que vendemos é o nosso público — defende Pedro
De Lamare, presidente do SindRio.
O Rio é o terceiro estado que mais consome aguardante no país e
o sexto que mais produz, segundo o ranking do Instituto Brasileiro da Cachaça
(Ibrac). Aqui, as versões artesanais ganham mercado. Os alambiques mais antigos
— um deles tem mais de 200 anos — e os rótulos mais premiados estão na Costa
Verde fluminense.
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