de LÁ pra CÁ

UM DRAMA QUE NOS AFLIGE:
o Haiti é aqui... 

Será porque quando ouvimos falar em miséria, ignorância, violência e criminalidade, nos escandalizamos? Será porque o 'Atlas da Violência', diz segundo o Ipea - Instituto de Estudos Econômicos Aplicados, que 70% dos mortos por armas de fogo são negros e mestiços? Ou será porque o descaramento do modo de funcionamento do Estado nas relações com os poderes econômicos se nos mostra numa permanente promiscuidade público-privada?

A Rocinha acima dos prédios luxuosos da zona sul, no Rio de Janeiro, está condenada ao caos social da barbárie que estamos assistindo em imagem de alta definição. Nessas ocasiões, surgem candidatos ao posto de pacificadores, que dramaticamente representam nosso trágico destino para evitar uma reflexão mais profunda sobre os problemas que nos afligem, utilizando-se de uma irrealidade que ilude o país com a superficialização do nível de consciência. Pois assim, é uma ilusão achar que as forças armadas conseguirão resolver os problema das comunidades pobres brasileiras. A Rocinha é o mais claro resultado de um golpe que sofremos na calada da história...

Numa mistura confusa e desordenada, de miséria, ignorância, violência e criminalidade, só investimentos solúveis em serviços públicos eficientes seriam eficazes no "combate" à violência e à criminalidade. Pois não será um general montado num cavalo branco e de espada em riste que proclamará uma Nova República e evitará a barbárie.

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Por fim, o caos social já pode ter começado a partir da invasão da Rocinha, onde até mesmo, alguns militares desrespeitaram o padrão do Exército Brasileiro com uso de lenços de caveira. Realmente, será mesmo um inconvenientemente Haiti encravado entre os idiotas da Gávea e os imbecis da Barra da Tijuca? Ou será que o Haiti não é aqui?

http://jrodriguesvieira.wixsite.com/escritor

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