(Eu nasci justamente na
data atribuída à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. O conto abaixo
reflete uma história de amor, desespero e desencontro na Roma Negra de São
Salvador - J Rodrigues Vieira).
AGONIA
[De J Rodrigues Vieira – Publicado
na Revista Ilustrada da UBE – União Brasileira dos Escritores, em
2011, com aplausos da APCA - Associação Paulista de Críticos de Arte.]
***
Nas
primeiras horas da manhã, as negras conduziam tabuleiros de acaçás quentes e
grandes panelas de mingau de milho e de tapioca. À tarde, outras apareciam a
vender arroz de haussá com carne seca frita, bolas de inhame, carne de baleia
moqueada, inhame cozido e caruru. Uma dessas quituteiras que apareciam à tarde,
era sobrinha de uma negra velha que trabalhava numa casa em estilo colonial com
dois pavimentos, no nobre bairro da Graça. Contava ela que aquela tia vivia a
relembrar a história de um jovem médico que se apaixonara por uma mulata muito
bonita, que ali chegara do recôncavo pouco antes da lei de libertação. Dizia
ser ela também sua sobrinha, filha de uma irmã com um tal Joaquim Tenório,
poeta dado à boêmia e à libertinagem, como se falava na casa-grande. Nasceu na
senzala uma menina que logo desabrochou uma linda flor de tez acobreada,
esguia, cabelos levemente encaracolados, olhos esverdeados e corpo ardente.
***
Foi
num instante olhar a paixão do jovem doutor!… — Ao contar, gesticulava para dar
emoção e suspense, arrastando seus ouvintes para dentro da cena. Foi notada
enquanto o jovem estudante veraneava na fazenda por ocasião das férias.
Impressionado com a natural beleza da escrava, providenciou seu emprego na
casa-grande. Tempos depois, embevecido naquela inclinação afetiva, maquinou a
ida da jovem para a Cidade da Bahia. Dali por diante, um rebuliço medonho
sucedeu na tradicional família Barreto de Sá. O próprio Manoel Barreto de Sá,
senhor donatário das terras de cana doce do recôncavo, abalou-se de suas
propriedades para resolver o que acreditava ser uma grande desonra — Aquilo só
podia ser mandinga da negra Balbina. Já não bastava Joaquim Tenório com aquela
sina de poeta, boêmio e devasso em aventuras fáceis disposto ao desafio? Grave,
chamou o rapaz no escritório e ameaçou deserdá-lo, castigá-lo e até matá-lo se
necessário fosse. Mas de nada adiantou: o único herdeiro da família Barreto de
Sá, o jovem médico Afonso Carlos Barreto de Sá deixou sua família, sua
identidade, seus valores, suas riquezas, seus hábitos e seu cargo na Santa Casa
da Misericórdia da Bahia, para viver um amor de intensa vontade ao lado da mais
linda flor da Bahia… Partiram às pressas num Lloyd para o Rio de Janeiro, quando
o pai se preparava para levá-la de volta à fazenda.
Manoel
Barreto de Sá não se aquietou, tinha parentes e amigos influentes no Rio de
Janeiro e averiguando tal destino do filho, para lá rumou. Bateu a cidade de
canto a canto, rodou por outras no interior; estabeleceu comunicação com
conhecidos de São Paulo, Minas Gerais e até pelas fronteiras do sul. Mas,
nenhum vestígio que lhe indicasse sinal do filho. Meses depois, já abatido pelo
desgosto, recebe uma carta, enviada por um médico que estudara ao lado de seu
filho na Faculdade de Medicina da Bahia. Nela, esclarecia a ida do casal para a
Europa sem informar o destino. Nem o próprio Manoel Barreto de Sá poderia
deduzir, já que o filho passara longas temporadas circulando por Lisboa, Paris
e Londres.
Mergulhado
num profundo abatimento, o senhor de engenho morreu meses depois, jurando
infelicidades ao filho. Anos depois, sua esposa sucumbiu, após uma vida
resignada, alimentando-se de orações no soturno aposento…
A
quituteira também contava que Dito Sete Voltas, ex-escravo, malandro afamado
nos jornais e capoeira, respeitado, também era perdido pela moça…
***
O
lugar contava com o serviço de trinta e oito cativos que, inânimes, silenciavam
ante à inabalável afirmação do homem áspero e cheio de exigências que circulava
por entre as árvores espalhadas pela alameda de um lugar tristonho e lançado ao
esquecimento. No início do alvorecer, os que lhe ouviam em sua grave estupidez,
pouco entendiam as palavras em sua voz sepulcral que ecoava como trovão naquele
ambiente remoto e triste.
João
Fulgêncio não dava sossego aos que labutavam na árdua tarefa da grande roda de
engenho. Desde o romper do dia ao cair da noite, com sol ou com chuva, os
servos viventes eram metidos no edifício onde funcionava a moenda. Durante a
safra, trabalhavam por até vinte horas por dia, sob as ordens do capataz
enraivecido. Ditinho, se mantinha calado, metido em seus pensamentos
assombrados e febris — Olhava o feitor e cerrava os punhos…
Já
há três semanas, Lindú havia sido retirada do engenho e Ditinho vivia o terror
de perdê-la. Ela agora estava dedicada à casa-grande como mucama; recebera
roupas de requinte e vivia um quase prazer grã-fino — Sofria Ditinho. Seus
sentimentos estavam em bagaço como os restos secos de cana após a moedura; uma
raiva surda lhe queimava o juízo desiludido como se ela fosse sua própria vida.
Praguejava contra o feitor: indivíduo perverso, covarde e traiçoeiro. Quando
Tião lhe peitou em auxílio ao velho Ascendino que era chicoteado sem razão, o
ordinário se acovardou e mudou o rumo da prosa. Dias depois, numa noite morta,
acompanhado de uma malta de capangas, armou a trampa e apareceu no barracão
para pegar Tião. Deram-lhe uma camada de pau e o levaram ao tronco, onde
permaneceu por quinze dias, padecendo à míngua. Naquela noite cerrada, a voz
sepulcral do encarregado ecoava como trovão para avisar que Tião servia como
exemplo para quem caísse na besteira de afrontá-lo. Agora só andava rodeado de
jagunços.
Os
dias se sucederam naquele martírio; sofrimento aliviado nas noites em que os
ogãs, sob o comando do alabê Ciríaco, dominavam a senzala com o ressoar dos
atabaques… Numa dessas noites, de festa e lua clara, veio-lhe como um lampejo
de fogo descido dos céus, a notícia de que Lindú havia partido naquela manhã
para a Cidade da Bahia. Ditinho se esforçava e fazia planos… Sem providências,
esvaiu sua esperança de ter a boa vontade do senhor em conceder-lhes permissão
para morarem num barraco separado da senzala, como permitira para Abdon e
Dorinha. Teve vontade de desaparecer mundo adentro e se deixar engolir pela
noite; teve vontade de gritar seus sentimentos, mas não sabia encontrar e
juntar palavras; teve vontade de matar; de morrer… Desnorteado e perdido, ele
terminara por se decidir que fugiria e iria ao encontro da moça. Tornou-se um
escravo faltoso, brigava e derrubava os jagunços com golpes precisos de
capoeira. Mas sua aflição extrema lhe rendera castigos e torturas dolorosas no
tronco e no vira-mundo. E para tornar mais grave a tormenta, o feitor João
Fulgêncio passa a ter poderes irrestritos com a morte do senhor donatário.
***
Art.
1º É declarada extinta desde a data desta Lei a escravidão no Brasil.
Lei
Áurea de 13 de maio de 1888.
Levas
de negros deixaram as senzalas e partiram do recôncavo rumo à Cidade da Bahia,
na esperança talvez, de sabe lá Deus, voltar ao seio da Mãe África. Enquanto
uns se empregaram nos engenhos como homens livres, outros optaram em deixar
para trás um lugar de maldita agonia e sofridão. Marchavam silenciosos e perdidos
na incerteza do amanhã. Sem terra, sem comida, sem dinheiro, descalços e
vestidos em roupas velhas de algodão grosso.… Naquela dispersão miserável
começava uma liberdade, onde o preço era a miséria.
Tião,
alquebrado após tantas pertubações patrocinadas pelo perverso João Fulgêncio,
feitor que nunca lhe perdoara em consequência do enfrentamento, caminhava com
certa dificuldade ao lado Bandó, negro alto e forte, de olhos mansos e bons, e
Ditinho, naquele instante envolvido em pensamentos que lhe desenhava um leve
sorriso de talvez felicidade, liberdade e esperança; um sorriso de boa paz na
flor da idade. À frente, a velha Balbina entoava cantos em louvor aos orixás,
enquanto os outros respondiam numa quase ladainha em devoção e graças. Entre eles,
o velho alabê.
Na
cidade, a vida não foi nada fácil para os ex-escravos sem rumo e sem tetos. No
entanto, logo passaram a trabalhar nos serviços domésticos, nos serviços de
artesãos, barbeiros, ferreiros, parteiras, doceiras, lixeiros, carregadores.
Pois transportariam tudo nos ombros e nos braços fortes, até pessoas acomodadas
em cadeirinhas almofadadas. E foi assim para muitos… Mas Ditinho tinha sangue
nos olhos…
***
O
tempo foi um sopro nos jardins da existência… Despercebido pelas ruas estreitas
e irregulares, sujas e mal iluminadas da estrutura colonial, Ditinho era agora
Dito Sete Voltas: homem sombrio e solitário, capoeira de rodopios e piruetas
como espanto da noite, malandro das docas com sua navalha em punho, capitão de
um barco sem rumo que percebia as características que legitimavam o poder na
sociedade baiana: ser branco e católico. Sabia ser ele e os seus, indesejáveis
no ordenamento de uma cidade que tinha vontade de modernizar-se; porém,
mantinha uma herança colonial engendrada numa sociedade concebida pelo trabalho
escravo de seu povo. Mas Dito Sete Voltas era bicho solto no mundão. Obstinado,
de roupas brancas, chapéu panamá, era luxurioso, amante das extravagâncias e
dos abusos dessa, agora, cidade desejada. Por entre os desclassificados:
pobres, mendigos, vagabundos, errantes e desempregados, circulava num gingado
de manhas e artimanhas com sua boa conversa; transgressor do patrimonial e do
moral com astúcia, sedução e criminalidades estampadas nas manchetes de jornal.
No samba-de-roda considerado obsceno e ofensivo, fascinava e seduzia; era
solicitado no cais e nos bares pelos jogadores de ronda e dados; exímio no
manejo da navalha; frequentador das casas de pescadores, onde apreciava a
prosa, a boa pinga de folhas e o peixe assado nas aprazíveis sombras dos
coqueirais.
A
polícia vivia a lhe perseguir e o considerava indolente e preguiçoso,
praticante de jogos de azar, de magia e tropelias: um ébrio habitual
desordeiro. Ele também se revoltava com essa mesma polícia, quando assistia
prisões sem culpa e espancamentos. Vivia entrando e saindo do cárcere. Certa
feita esteve na Casa de Prisão após o desentendimento com um cigano, onde usou
sua destreza para se defender, desferindo no outro um golpe certeiro de
navalha, que pôs o nômade inútil. Na chefia de polícia foi também acusado de
furtar um armazém na cidade baixa e condizido à penitenciária, de onde fugiu
quando a cidade ardeu em chamas… De soslaio, assistiu os homens da polícia
estadual e da força do exército se enfrentando nas praças, e se negou a
participar do saque no semidestruído Palácio do Governo.
Apesar
da vida agitada e marginal, de muitas aventuras e mulheres que lhe solicitavam
cafunés e amores, Dito Sete Voltas carregava na memória e no peito seus dramas
pessoais que não cicatrizavam. Em seus sonhos, não desaparecera a imagem da
formosa Lindú. E ele a buscava obsessivamente em cada canto da cidade,
acreditando que em qualquer dia, iria reencontrá-la de súbito. Dali por diante,
a vida seria mais feliz, pois, juntos partiriam para uma povoação na periferia
onde já estavam mãe Balbina, o alabê Ciríaco e Tião a esperá-los…
***
No
início da primavera de 1914, um navio vindo de Paris atraca no Porto da Bahia.
Dele, centenas de passageiros desembarcavam felizes e aliviados em deixarem a
Europa. Por lá se digladiavam a Tríplice Aliança, encabeçada pela Alemanha e
pelo império Austro-Húngaro, e a Tríplice Entente, que reunia a Grã-Bretanha,
França e Rússia que culminou na 1ª Guerra Mundial. Naquela manhã ensolarada, os
carregadores se apresentavam para o transporte das bagagens. Naquela função
avulsa, estava Bandó, negro alto e forte, de olhos mansos e bons que se
encarregara das malas de um casal e seus dois filhos que embarracariam num
automóvel rumo ao nobre bairro da Graça: uma jovem senhora que trajava um belo
vestido de tecidos leves, vaporosos e translúcidos em tons de flores
esmaecidos, um meninote que aparentava pouco mais de cinco anos e uma menina
adolescente; acompanhados de um homem de meia idade em trajes burgueses,
pitando um cigarette a se encantar com a velha Cidade da Bahia que era
redesenhada para um novo modo de vida, uma nova estética, um novo sentido de
público…
***
Com
a respiração ofegante, nervoso e olhos esbugalhados, no início da tarde o
carregador subiu a ladeira e alcançou o centro da praça, onde as negras vendiam
seus quitutes. Botou os olhos esbugalhados e apreensíveis nas senhoras em seus
tabuleiros e seguiu na direção de uma banca num canto mais adiante. Ainda
ofegante, quis saber do paradeiro de Dito Sete Voltas…
Sucedeu
naquele antro de jogatina no pé da ladeira, onde se estabelecia uma roda de
ronda. Dito Sete Voltas e seus camaradas já haviam depenado o pato. Mas aquele,
um sergipano metido a valentão, não admitira o vexame; não se conformara com a
derrota e acusava os outros de tê-lo roubado. Foi um arerê dos diabos! O homem
partiu pra cima do capoeirista que não vacilou: aplicou-lhe uma chapa certeira
que o lançou longe. Mas o sujeito ainda levantou e insistiu: de faca na mão,
voltou a investir contra o Dito Sete Voltas, que dessa vez usou a navalha que
já carregava defuntos; uma navalha que brilhou num gesto rápido, deixando o
outro caído sobre a poça de sangue… Diante do bafafá que se formou em torno da
confusão, o malandro foi cercado e sem nenhuma chance de fuga, foi agarrado
pelos soldados de polícia. Dito Sete Voltas bateu e apanhou como nunca, e foi
carregado até a chefatura de polícia, onde o delegado há tempos lhe aguardava;
de onde não mais saiu…
***
Quando
desembarcou no Porto da Bahia, a senhora Laurinda Barreto de Sá, não
reconhecera Bandó, seu primo e camarada nas brincadeiras e maus tratos
frequentes; não trazia nenhuma lembrança das noites alegres do terreiro, onde
mãe Balbina evocava as forças da natureza. Ele também só a reconheceu após
chegar no palacete colonial da Graça, quando lhe dirigiu a palavra em
agradecimento pelos serviços. Ele sorriu-lhe com seus olhos mansos. Porém nada
falou. Em lágrimas e com o peito a explodir, varou a cidade para anunciar a
chegada de Lindú…
Dito
Sete Voltas, malandro, vagabundo que atormentava a cidade e enchia as páginas
dos jornais, numa devoção extrema, findou levando no peito a saudade e a
obstinação de reencontrar sua flor-da-paixão. Naquela noite de agonia,
ressoaram os atabaques do alabê Ciríaco lembrando a África distante. Uma chuva
torrencial banhou a cidade e os olhos de Iansã clareou a baia de todos santos
que não amanheceria para o ex-escravo.
Ditinho
e Lindú, dois mundos distantes; duas vidas separadas na sucessão dos fatos: Ela
descansava sua felicidade no colo da graça, ele morria vadio e capoeira numa
abolição inacabada no campo da guerra. Enquanto isso, a cidade permanecia
inabalável em seu redesenho…
Aff é prosa ruim até no texto. Ninguém merece!
ResponderExcluirCoitado de Zumbi.
ResponderExcluirPublicar artigos de terceiros sem autorização ou, pelo menos citar o autor, é considerado plágio. E plágio é crime previsto no CPC, principalmente "quando se apropria indevidamente da obra como se sua fosse." Toma vergonha e deixe de pedir caridade usando o chapéu de outro mendigo, nesse caso, mendigo literário.
ResponderExcluirSeria oportuno ao invés de publicar tudo isto, fazer uma síntese ou um resumo, ou ainda um epítome atualizado. Fica aí a dica!
ResponderExcluirNo final da tarde desta terça-feira (21), o prefeito Rodrigo Hagge (PMDB) anunciou através das redes sociais uma das mais esperadas conquistas para o município de Itapetinga: uma Patrulha Asfáltica completa, para pavimentar as ruas do município, que se encontram em verdadeiro estado de calamidade, há mais de 8 anos.
ResponderExcluirEm contato com o Sudoeste Hoje, o chefe do executivo informou o seu encontro com o Coordenador do DNOCS, Lucas Lobão, em Salvador, que garantiu a realização do processo licitatório para aquisição da usina e demais equipamentos, para o dia 1º de dezembro próximo.só em Itarantim que você não ver nada acontecer
Lei Áurea, mais uma pedalada histórica brasileira.
ResponderExcluirEm alusão ao dia de Zumbi dos Palmares, também conhecido como Dia da Consciência Negra, farei uma cronologia da abolição da escravatura brasileira.
Ao contrário daquilo que se pensa, a Lei Áurea foi a regra de menor importância para a abolição da escravatura no Brasil.
Nosso processo abolicionista se iniciou em 04/09/1850, quando a Lei Eusébio de Queiroz, atendendo pressões britânicas, proibiu o tráfico de escravos no Brasil.
É certo que continuou a existir o tráfico clandestino, mas em razão da fiscalização marítima levada a termo pela Inglaterra, e da elevação dos preços dos escravos em decorrência disso, a cada ano ele ia se tornando mais raro.
Desde então a renovação de escravos passava a ocorrer somente em razão de nascimento de filhos de escravos aqui residentes, valendo destacar que a mortalidade infantil e juvenil de cativos - de zero a 15 anos - atingia um índice de quase 45%, e dos sobreviventes, menos de 49% ultrapassavam a idade de 40 anos.
Em 28/09/1871 foi sancionada a Lei do Ventre Livre e, assim, os filhos de escravos não mais nasciam com esta pecha o que, somado com a Lei Eusébio de Queiroz, contribuiu para reduzir os escravos brasileiros.
Fora isso, há que se mencionar as péssimas condições em que viviam os escravos, o que lhes dava uma expectativa de vida média de 35 anos, isso sem falar nos que ficavam inválidos em decorrência de condições de trabalho e de doenças graves.
Vale destacar, ainda, que nesta época já havia um movimento abolicionista que ocasionava a alforria voluntária por parte de alguns senhores.
Assim, o “plantel” de escravos brasileiros foi diminuindo e envelhecendo a cada ano.
Em 28/09/1885 foi promulgada a Lei do Sexagenário, que tornava libertos os escravos que conseguiam completar 60 anos, idade que, diga-se, era rara de ser alcançada por eles. Menos de 10%.
Pois então, em 13/05/1888 foi assinada a Lei Áurea, que tornava libertos os negros que não tivessem sido beneficiados pelas regras anteriores.
Tal lei foi, e é, muito comemorada mas, como disse no início, foi de pouca relevância.
Se estudarmos, conjuntamente, as consequências de todas as leis acima citadas, com as condições de saúde, a expectativa de vida e etc., podemos concluir que ao ser assinada, a Lei Áurea somente veio libertar uma “meia dúzia” de escravos.
Valendo ainda destacar que boa parte deles preferiu ficar onde estava, pois a tardia Lei Áurea não contava com nenhum tipo de projeto que facilitasse a inserção digna dos negros libertos na sociedade brasileira....
Escravidão no Brasil, uma vergonha nacional, desde sua implantação até sua abolição!!!!
É um livro é? Kkkkkkk
ResponderExcluirNão, é um texto, se é que você me entende. SQN
ExcluirE se fosse?... O mal do brasileiro é a preguiça de ler, a falta de interesse pela leitura. Ler educa, liberta e trás conhecimento! Por isso o "povo" vai custar a sair da ignorância, pq ñ gosta de ler.
ExcluirPor mais artigos assim: informativo e formativo! Taí um dos poucos textos que valem a leitura nesse blog...
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