ELEIÇÕES 2018: SEM LÍDICE RUI FORMA CHAPA MAJORITÁRIA

Com Leão na vice, chapa do governo está escalada

[Com Leão na vice, chapa do governo está escalada]

O governador Rui Costa (PT) se reuniu com João Leão e a cúpula do PP na segunda-feira (16). Nesta terça (17) apresentou o programa “Papo Correria” ao lado do senador Otto Alencar (PSD). Na última sexta-feira (13), o presidente da Assembleia Legislativa, Angelo Coronel (PSD) afirmou que era importante se ter, tão logo fosse possível, a definição dos partidos que vão compor a chapa majoritária.
Na mesma segunda em que Rui se reuniu com os pepistas, a Executiva estadual do PSB promoveu um encontro para reiterar o apoio à candidatura de Lídice da Mata ao Senado. A socialista deseja, e ganhou o apoio dos correligionários, se manter no páreo até que a decisão seja sacramentada e anunciada pelo governador Rui Costa. O prazo para isso é o das convenções partidárias.
Na próxima quinta-feira (19) está programada uma conversa do conselho político. Pouco utilizado em tempos de “paz”, durante os anos de governo Rui houve pouquíssimas reuniões, o colegiado composto pelos partidos aliados deve “bater o martelo” em torno da tríade PT, PSD e PP para compor a chapa majoritária.
Tendo o PT a cabeça, com Rui Costa e uma vaga do Senado com Jaques Wagner. O PP permanece com a vice. Leão declarou que Dona Tereza “não me quer longe” – Dona Tereza é a esposa do vice-governador -. Embora o tom seja de brincadeira, o fato é que o próprio Rui quer Leão como vice. Apenas não o faria se existe uma vontade grande do grupo pepista para disputar o Senado, o que não aconteceu. 
Já o PSD indicará seu representante para a outra vaga na disputa pela Casa Alta, provavelmente, o presidente da Assembleia Legislativa, Angelo Coronel. Este é o único nome ainda não confirmado na composição. No entanto, avança a passos largos a indicação.
Este arranjo está feito, mas não será oficializado até que sejam esgotadas todas as possiblidades de convencer o PSB a permanecer no bloco, sem fissuras, não tendo direito a indicar Lídice da Mata.
O PSB argumenta que Lídice tem o direito a disputar a reeleição. Por ser mulher, estar melhor nas pesquisas, ter o apoio de segmento importante da esquerda baiana e ter sido fiel durante todo o tempo em que esteve no Senado.
À exceção da fidelidade é uma das justificativas para que os partidários de Otto Alencar defendam que a vaga seja do PSD. Lídice foi candidata em 2014 contra Rui Costa quando o petista aparecia com baixos percentuais nas pesquisas e precisou do apoio dos pessedistas e pepistas, além de outros aliados.
Para além, o PSD é atualmente o partido com maior capilaridade política no que se refere a número de prefeitos, vices, vereadores, banda b. O voto político é dominado pelo partido de Otto e o voto de esquerda tende a acompanhar o PT que terá Wagner na outra ponta.
Neste sentido, dificilmente o confronto de critérios trará a Lídice, que tem uma história indiscutível no campo político, êxito no pleito. A essa altura, o time já está escalado e a senadora não está entre os titulares. 
Nuvens — Se pelos critérios, principalmente força política, Lídice estará fora, por outro, existem razões para a socialista manter a pré-candidatura. Ninguém sabe a extensão da Lava Jato. 
Não há quem arrisque palpite, sem correr risco de errar, de que todos os escalados estão livres de processo ou de eventuais impugnações num futuro próximo. 
Outro caminho possível, menos provável, é o de Wagner ser candidato a presidente da República. Não está nos planos do ex-governador, mas sendo ele soldado do PT, como já afirmou diversas vezes, pode ser convocado à missão e atender ao pedido.
Solo — O voo solo de Lídice que já foi colocado na lista de possibilidades, não mais é discutido internamente, sobretudo, por causa dos candidatos aos parlamentos federal e estadual. Nas contas de quem projeta a viabilidade eleitoral, linha de corte, consciente necessário para eleger, é preciso sair em composição no chamado chapão.
Sendo assim é necessário manter a tensão controlada para não estourar a corda do lado mais frágil: o PSB.
A candidatura à presidência do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa é um ingrediente ainda não inserido neste caldeirão político. 

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