COLUNA FILOSOFANDO

Era uma praça ...

Por * Manoel Lopes



Toda vez que vou a Itarantim, inevitavelmente, ao anoitecer aproveitou para ir à Praça Luiz Viana Filho,  lugar  onde passei uma boa parte da minha infância, pois estudei no Castelo Branco - escola que fica ao lado da praça.
Sentado no banco da praça ficava a recordar dos momentos de criança, quando no recreio brincávamos de tudo: futebol, pega pega, triscou pegou, esconder, de gude (com direito a ORDEM DE QUELÉ) e etc…Me recordo, tperdidos a juventude quando me arrumava, colocava a melhor roupa, o melhor sapato, um perfume, pateava o cabelo e saia deslumbrante, achando que era o próprio Brad Pit da rua da Bandinha e que ira encontrar a minha Rose, do filme Titanic,  e  assim viver um lindo romance de amor. 
Verdade seja dita sobre a Praça Luiz Viana Filho,  pareceria um cenário de filme hollywoodiano; e cada persona que por ali desfilava se sentia protagonista de um grande  filme, preste a disputar  o Oscar de melhor ator do ano. Como aquela praça tinha beleza, vida e nela  muitas historias foram construídas , algumas com final feliz outras nem tanto.
Mas, recentemente fui à Itarantim, passar um fim de semana, e,  para minha surpresa a praça não estava lá, as árvores sumiram, os bancos destruídos, os atores fora de cena, os amores perdidos. E  agora? O que restou da praça? Acredito ter   da praça as  memória de quem na praça em brancas nuvens não passou.
Poderia ter sido diferente, ter em preservado alguns pontos importante como por exemplo o coreto, poderiam ter poupada algumas árvores ou, talvez,  terem feito um acervo fotográfico.  Resta esperar que a nova praça suscite outras historias, com diferentes personagens e que essas novas histórias sejam respeitadas e o local vivenciado  preservado.

Deixo um texto que é uma intertextualidade da musica “A casa” de Vinícius de Moraes

A  ex-praça.
Era uma praça
 muito estranha
não tinha banco
não tinha árvore
ninguém podia
namorar nela, não
porque na praça
não tinha lugar, não

Ninguém podia
entrar nela
porque na praça
tinha tramela
ninguém podia
brincar de amarelinha
porque espaço
não tinha ali

a praça foi destruída
com muito esmero
na rua dos bobos
numero zero

O itarantinense Manoel Lopes é prof de Filosofia, Graduado em Filosofia - UESC, Especialista em Educação Científica e Cidadania - IFbaiano, Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Movimentos Sociais, Diversidade e Ed. do Campo - GEPEMDEC, Membro da EPS - Ilhéus



Comentários

  1. Que negocio mais sem pé e sem cabeça é esse? Ta tomando tarja preta Binho?

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  2. O cantor Roberto Carlos tem uma música, 'Meu Pequeno Cachoeiro (Cachoeiro de Itapemirim)', que fala dessa relação com o passado. Mas, já pensou se a cidade parece no tempo esperando o cantor retornar e encontrar tudo como antes, seria bom pra ele e para as pessoas que ficaram, não sei. Ele saiu teve novas experiências, viu tantas mudanças, aí depois volta e quer encontrar tudo como antes. Acho que nós e Roberto Carlos precisamos dosar nossas saudades e respeitar as mudanças positivas e aquelas que não achamos tão positivas. Ou, então, vamos tombar tudo, transformar as praças, as escolas rurais e urbanas, as ruas, nossos país, as igrejas, tudo, em "patrimônio material e imaterial da humanidade". Pronto resolvido, fica tudo lá esperando Binho e Roberto Carlos voltarem e encontrarem tudo igual para eles matarem a saudade, reviverem as lembranças e se sentirem um 'Brad Pit' novamente. Tomara que eles não tomem um susto daqui a alguns anos ao chegarem em frente ao espelho e perceberem o quanto eles estão mudados e morrer de susto ou saudade do outro que já não existe, kkkkkkkkkkkk, brincadeira. Mas, parabéns pela matéria, valeu.

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  3. Praça Luiz Vianna Filho, local de encontro de todos. Tenho imagens de todos os ângulos.

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