* Por José Alves Nunes
Todo debate político é importante, desde que amparado no princípio da ampla defesa, do
contraditório pleno e longe do submundo dos ataques pessoais.
Na Grécia antiga os debates aconteciam entre os cidadãos que queriam e buscavam o melhor para a cidade. Eles aconteciam na praça (ágora) pública, no mercado e até mesmo na prisão, sempre em vista do bem coletivo. Sócrates, defensor máximo desse estilo, debateu importantes temas quando estava preso e condenado injustamente a tomar cicuta.
Na corrida eleitoral deste ano poderemos vivenciar dois tipos importantes de debates: aquele olho no olho (presencial) e o virtual por meio das redes sociais. Para o primeiro acontecer dependerá do poder das vozes institucionais gritando alto e forte em seu favor. Dentre essas vozes destacam-se as religiosas e maçônica, sites e blogs , sindicatos, associações e cooperativas, todas levantando a hashtag em favor do debate para não permitir a ausência de nenhum candidato. Quanto ao segundo, o debate virtual, quase todos nós já participamos diariamente, inclusive os cidadãos itarantienses que moram em outras cidades, estados e, talvez, países.
Nesse segmento, o primeiro debate envolvendo candidato a prefeito já aconteceu, ratificando o poder das redes sociais no cenário político local. Quando o candidato homologado Fábio Gusmão discursou na convenção, respondeu perguntas que circulavam na cidade, apontou caminhos e mandou recado direto e/ou velado para alguns aliados políticos.
Ao longo da semana as redes sociais reagiram ao discurso do candidato, valendo-se da réplica. A tréplica aconteceu na sexta feira (11) quando o candidato por meio da rádio Três Pontas FM (poderia ser por meio de uma live ou gravação) tentou esclarecer alguns pontos levantados pelo cidadão/cidadã virtual itarantiense.
Esse modelo de debate será cada vez mais comum nesse ano eleitoral, e as redes sociais terão importante protagonismo. Alguns grupos virtuais pelo alto nível do debate passarão a ser monitorados e influenciarão diretamente na campanha dos candidatos. Daí que os administradores destes importantes grupos precisam ser atentos e seletivos para não permitirem que o debate beire o submundo da incivilidade. Os membros precisam conhecer as regras e cumpri-las para evitar de serem excluídos e, até, responder algum processo.
O debate presencial, com devido distanciamento social, ainda será muito importante e deverá ser promovido com a participação de todos os candidatos. Candidato que foge do debate deve ser punido nas urnas, principalmente pelos eleitores indecisos que serão decisivos na escolha do futuro prefeito. É no olho a olho, sem as manipulações digitais e arranjos de assessores, que o candidato mostra o seu real potencial e suas intenções ocultas. Contudo, serão nas redes socais que o debate presencial desencadeará novos e importantes debates virtuais que o levará a consequências imprevisíveis.
O futuro da nossa cidade dependerá da realização e da qualidade desses dois tipos de debates, mas não tenho dúvidas que os debates promovidos nas redes sociais serão mais poderosos, mais democráticos e mais capazes de incluir todos os cidadãos itarantienses, inclusive, aqueles que moram em outras cidades.
* José Alves Nunes é Bacharel Licenciado em Filosofia pela PUC-Minas e Filosofia da Educação pelo ISTA
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