O pronunciamento de hoje de Angela Merkel para o povo alemão para mim não foi surpresa, mas deixou a muitos estarrecidos.
A Espanha já está de sinal vermelho, a Itália chegando lá. Segundo Merkel, que também é cientista, ninguém se iluda; a pandemia não só continua, mas deverá em outubro atingir um nível muito alto e a Europa sofrerá muito mais do que no primeiro semestre. Ela falou também em como o país protegerá sobre tudo crianças e jovens, assegurando a educação, mesmo à distância. Que apesar do baque econômico causado pela pandemia, a Alemanha continuará distribuindo renda de sobrevivência para todos os cidadãos sem renda.
Penso em nós, no Brasil. Com números tão altos ainda e as pessoas se comportando como se a pandemia estivesse indo embora. Com o fechamento, os números ficaram mais estáveis e os leitos das UTIs menos ocupados. Resolveu-se então fazer uma abertura comercial para aliviar a economia. Mas com aglomerações, festas e vida social intensa, os números certamente voltarão a subir e os leitos em UTIs voltarão a ser ocupados.
A pandemia não passou. Estamos ainda muito longe disso. Embora existam vacinas a caminho, estão por enquanto somente a caminho - ainda não chegaram e ninguém tem ainda certeza de quando exatamente estarão disponíveis para a população do mundo. É possível, e bem provável, que isso só venha a acontecer aproximadamente em março do próximo ano. Precisamos não ser idiotas e sair por aí celebrando o fim de uma pandemia que ainda se alastra. O que devemos fazer é continuar confinados, saindo minimamente para o estritamente necessário.
Podemos, sim, ver alguns amigos e família em pequenos números, com máscaras e mantendo o distanciamento social, com cuidados e precauções. Qualquer coisa além disso, é estar se expondo ao perigo de contágio. A pandemia continua. É muito triste, mas é a verdade.
Sérgio Leite Professor, UNICAMP
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