CONVITE AO PENSAR: A IMPORTÂNCIA DAS MULHERES NO MUNDO DA POLÍTICA 

Por: José A. Nunes* 



Uma importante campanha do Ministério Público do Trabalho (MPT) tem reforçado que lugar de mulher é onde ela quiser. A política é o lugar que passa por todos os outros lugares na sociedade. Logo, a política deve ser o lugar por excelência da MULHER. Pois, diferentemente de muitos homens que enxergam a POLÍTICA como lugar de poder, as mulheres entendem e praticam a política como lugar de SERVIÇO. 

As MULHERES nem sempre percebem, mas estão fazendo POLÍTICA o tempo todo, dos afazeres mais simples aos mais sofisticados. A mídia tradicional, para atender interesses empresariais, forjou um paralogismo ao dizer que se determinada categoria (caminhoneiro) parar, para o país. Bem, se as mulheres resolvessem impor a mesma pressão pararia não o país, mas a “própria vida”. 

Não existe outro ser, na dimensão humana, que exerce a política do serviço mais e melhor do que a mulher. É servindo que ela conquista tudo e todos a sua volta. O saudoso Rubem Alves dizia que a “política é a arte de administrar os sonhos de todos”, assim sendo, quem melhor do que a mulher para tal empreitada? Alguns analistas políticos estão convencidos que a política chegou ao que chegou porque tem homens demais e mulheres de menos nas decisões políticas. 

Acredito que o momento é oportuno – com as novas regras adotadas pelo TSE (percentual de mulheres por partido, fundo partidário e eleitoral) - para reverter esse quadro e colocar mais mulheres nas decisões políticas do município, digo, nas decisões. É importante participar da política, mas é fundamental influenciar nas decisões para não deixarem nas “mãos de alguns homens políticos”. 

Quando olhamos a sociedade local de maneira mais crítica, constatamos que as mulheres ainda não participam das decisões políticas como deveriam. Para os que não estão convencidos, respondam aos seguintes questionamentos: Quantas são as mulheres hoje no poder executivo, legislativo, “judiciário, religioso e militar” (corporação militar) da nossa cidade? E, dessas poucas, quantas participam ativamente nas decisões? As respostas confirmam que as decisões ainda estão centradas nas mãos de alguns homens. 

Penso que o primeiro escalão dos futuros prefeitos, desta e de outras cidades do país, deveria ser ocupado em sua maioria por mulheres. Digo mais, algumas secretarias - Finanças, Educação, Saúde e de Assistência Social – deveriam, para o bem do município, ser secretariadas somente por mulheres. Alguns departamentos de segundo escalão - Tesouraria, Tributos, Patrimônio, Convênios e Compras - também. O princípio vale também para o Legislativo, uma mesa diretora composta de mulheres. Mulher sabe como ninguém fazer muito com pouco. E, quando tem pouco, consegue multiplicar e depois dividir com equidade entre todos.  

Em pleno século XXI e ainda constatamos que o primeiro escalão de determinado governo é ocupado só por homens, até mesmo naquelas secretarias tradicionalmente ocupadas por mulheres. Pior, ainda presenciamos a pressa e o açodamento em expelir e exonerar mulheres do governo quando o mesmo tratamento não é dado aos homens por atitudes iguais ou semelhantes aos delas. Nesses momentos, parece que ainda estamos na Idade Média, onde as mulheres eram linchadas publicamente, julgadas, condenadas e sentenciadas, muitas vezes, à fogueira. Os homens medievais, detentores do poder, eram apressados para acenderem fogueiras para as mulheres, e quase nunca lhes davam o crédito do perdão e/ou da dúvida. 

Que o papel e a influência das mulheres, no futuro governo, sejam exaustivamente cobrados dos candidatos a prefeito quando acontecerem os debates presenciais/virtuais, as lives, as conversas em grupo e, principalmente, em seus programas de governo. Que as mulheres conduzam a cidade nesta transição de paradigma e assumam com coragem o protagonismo que lhes cabe nesse momento da história. Que um novo jeito de cuidar da cidade possa surgir influenciado por muitas MULHERES políticas, que já carregam em suas essências a POLÍTICA DO SERVIÇO.


* É bacharel licenciado em Filosofia pela PUC- MG; Filosofia da Educação pelo ISTA; Cursou dois anos de teologia e cursos de especialização no campo da psicologia comportamental.

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