CONVITE AO PENSAR: TRÊS GRANDES MANIFESTAÇÕES POLÍTICAS E O “SEGUNDO TEMPO” DA CAMPANHA ELEITORAL EM ITARANTIM



Por José Alves Nunes

Quem almeja ganhar uma disputa eleitoral precisa, antes de tudo, conhecer bem o poder político que tem e o poder dos seus adversários políticos. O final de semana serviu para conhecer, entre outros, o poder “bélico” e orgânico dos três principais grupos políticos em Itarantim. E, com isso, rever rapidamente ações, reações e estratégias, porque o “segundo tempo” da campanha eleitoral já vai começar. Antes, porém, de aprofundar neste e noutros pontos, gostaria de externar minha admiração a ação rápida e eficiente da justiça eleitoral na pessoa do juiz Fábio Marx Saramago que proibiu eventos políticos, exceto virtual, na cidade depois do dia 25. Com isso, o juiz se mostra atento à importância do distanciamento social no combate a COVID-19 e em defesa da vida humana.

Dito isto, por mais que sabemos ou imaginamos saber a importância das mídias e redes sociais numa disputa eleitoral, ainda não somos capazes de mensurar o poder delas em pequenas cidades como a nossa. E, mesmo que alguns se achem aptos a tal empreitada, podem ser largamente confundidos e/ou enganados com os dados processados virtualmente. Já a atividade no espaço público, no mundo real, ainda consegue oferecer informações rápidas e, talvez, mais precisas no que tange ao quantitativo e ao qualitativo de determinado evento político. 

Os três eventos (“carreatas”) políticos das principais lideranças políticas da cidade expuseram abertamente, entre outros, esses dois pontos. É verdade que aconteceram excessos, mas também a falta de excesso. Em política, excesso demais por parte de determinado grupo político pode ser tão ruim quanto excesso de menos. Porque tais extremos podem e devem ser usados, de maneira inteligente, contra ou a favor de determinado grupo político. 

Os líderes políticos mostraram no final de semana grande poder “bélico”, orgânico e político (não necessariamente na mesma sequência). Penso que todos os candidatos, em sã consciência política, estão ou deveriam estar preocupados com todos. Digo porque a votação de todos serão expressivas e influenciarão, direta ou indiretamente, no resultado final. Ou seja, aqueles que acreditavam que PAULO CONSTRUÇÃO estava “morto politicamente”, por conta da alta rejeição, é bom rever rapidamente seus conceitos políticos e colocar a barba de molho. Quem ainda duvidava que DÚ ALMEIDA era e é a grande novidade desta eleição, já não deve duvidar. Almeida colocou grande quantidade de gente e de carro nas ruas da cidade, mas, o principal, foi o retorno das pessoas nas calçadas e nas casas enquanto seu grupo desfilava (esse retorno espontâneo da população, transformado em votos, pode fazer a diferença). Já FÁBIO GUSMÃO foi quem colocou mais carro e gente nas ruas, mas, isso, não garante vitória antecipada. “Vencer” uma batalha, digo, uma atividade política,” não é e nem nunca foi garantia de vencer a batalha final nas urnas. Em uma disputa política e democrática o futuro está sempre nas mãos de Deus e do Povo. Em Deus pela fé que a maioria professa e no Povo por ser o soberano no regime democrático, Eles só revelam suas predileções no momento certo.

Em Itarantim, assim como em outras cidades com eleitorado abaixo de 200 mil, não acontece o segundo turno das eleições. Mas, por conta da decisão do Juiz Saramago teremos o “segundo tempo” da campanha eleitoral em nossa cidade. Portanto, essa campanha será também marcada pelo antes e depois das carreatas, e tudo pode ser mudado porque a partir de agora todos conhecem o poder “bélico” e real (diferente do virtual) de todos. 


No “segundo tempo” da campanha eleitoral em Itarantim é um bom momento de recompor os flancos, intensificar os diálogos políticos, avaliar e refazer ações e estratégias. Nesse sentido, talvez seja inteligente deter-se em três grupos de eleitores: o grupo dos indecisos, o grupo do voto de protesto e aquele do voto útil. No “segundo tempo” de uma disputa eleitoral tudo pode acontecer, daí o cuidado de cantar vitória ou chorar a derrota antes do tempo. 


Imagem 1. Crônicas de Itarantim; Imagem 2. Alerta Itarantim; Imagem 3. Políticos do Sul da Bahia  

José Alves Nunes é Bacharel Licenciado em Filosofia pela PUC-Minas e Filosofia da Educação pelo ISTA

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