CONVITE AO PENSAR: A PARTICIPAÇÃO DOS CANDIDATOS A PREFEITO NAS LIVES PROMOVIDAS PELA IGREJA CATÓLICA



Por José A. Nunes 

Até aqui não tivemos o debate político entre os candidatos a prefeito e, tudo indica, não o teremos. Nem por isso os candidatos deixaram de apresentar suas propostas e programas de governo. As mídias e redes sociais se tornaram, de fato, importantes ferramentas de exposição dos candidatos na conquista do voto. Contudo, foram duas Instituições religiosas que assumiram, na falta do debate, o protagonismo desta eleição em nossa cidade. 


A Igreja Católica foi a segunda Instituição - depois da AMEI (Associação dos Ministros Evangélicos de Itarantim) - a promover oficialmente agendas políticas com os quatro candidatos e seus grupos políticos. O Pe. Ednilton (Pe. Black) e equipe foram felizes na programação e no destaque dado ao processo eleitoral em nossa cidade. Foram três importantes momentos, dois presenciais valorizando a formação política do público presente e o virtual. A agenda política da Paróquia Santo Antônio culminou na participação dos candidatos a prefeito que, por meio de lives, expuseram suas principais propostas de governo. Foram quase duas horas ou mais que os candidatos tiveram para exporem o que desejam e planejam para a cidade. 

Foram quatro lives em diferentes datas, nos dias 27 e 30 de outubro os entrevistados foram os candidatos Melquiades Coelho (Coelhão) e Paulo Construção. Nos dias 03 e 04 de novembro foram os candidatos Dú Almeida e Fábio Gusmão, respectivamente. Todos responderam perguntas relacionadas às diferentes áreas da administração pública municipal, mostraram-se grande desenvoltura e desejo de fazer o melhor. Em alguns momentos, quando necessário, o padre foi incisivo com os candidatos “cobrando” mais clareza e comprometimento nas respostas. 

Acredito que o ponto mais relevante dos encontros com os candidatos, sem desmerecer os outros, se encontra na live do dia 04/11 a partir do tempo de 1 hora 33 minutos. Neste ponto da conversa o Pe. Black disse: “Como gesto concreto, fruto dos encontros que tivemos, cada candidato vai receber um documento elaborado pela equipe e registrado em cartório, para que não fique apenas no discurso político. É necessário que se faça um documento para aquele que for eleito se comprometer perante a comunidade”. 

Essas e outras palavras proféticas e contundentes - faladas naquele momento - vão servir para todos os cidadãos/cidadãs, independente do vitorioso nas urnas, e com a importante anuência da Igreja Católica na hora de eventuais cobranças. Talvez seja mais oportuno que o líder católico e equipe façam a entrega do documento aos candidatos antes do resultado das urnas e de forma oficial. Depois que o candidato se tornar prefeito essa tratativa, quiçá, não terá a mesma força e poderá facilmente ser rejeitada. 

Diante de tantas instituições sólidas e importantes em nossa cidade, foram a AMEI e a Igreja Católica que nos serviram de faróis neste “mar raivoso da política” local. Mostraram a importância do diálogo respeitoso e do verdadeiro papel das Instituições no mundo da política predatória. Queira Deus, os cidadãos/cidadãs e os candidatos, principalmente o vitorioso, lembrem-se do compromisso gerado dessas lives e das palavras do Papa Francisco: “A política é uma das formas mais elevadas da caridade, porque serve ao bem comum”. 

José Alves Nunes é Bacharel Licenciado em Filosofia pela PUC-Minas e Filosofia da Educação pelo ISTA

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