Mariana Tramontina, do UOL |
Às vésperas do Dia da Consciência Negra, celebrado neste 20 de novembro, João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, morreu após ser agredido por dois seguranças - um deles PM temporário, fora de serviço - no supermercado Carrefour, na zona norte de Porto Alegre. Os agressores foram presos, suspeitos de homicídio doloso. Análises iniciais dos departamentos de Criminalística e Médico-Legal do Instituto-Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul aponta asfixia como provável causa da morte da vítima —ainda há exames laboratoriais em andamento para sair o resultado conclusivo. Freitas teria discutido com a caixa do estabelecimento e foi conduzido pelos segurança da loja até o estacionamento, no andar inferior. Durante o percurso, ele teria desferido um soco contra o PM. Segundo o delegado plantonista Leandro Bodoia, os dois seguranças chegaram a subir em cima do corpo dele e colocaram a perna no pescoço ou no tórax. A cena vem sendo comparada nas redes sociais ao que aconteceu com George Floyd, que morreu sufocado por policiais nos Estados Unidos. Funcionários do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegaram a se deslocar até o local, fizeram massagem cardíaca, mas ele acabou não resistindo. A esposa dele o acompanhava e já foi ouvida, mas disse que não presenciou as agressões. Ela afirmou ao UOL que o marido chegou a gritar: "Me ajuda". O PM temporário e o segurança foram levados à delegacia, mas permaneceram em silêncio durante depoimentos. O policial militar temporário Giovane Gaspar da Silva, 25, foi notificado pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul para apresentar, num prazo de três dias, sua defesa no caso. Ele não tem treinamento específico para funções de segurança e fazia um "bico" no local. Este tipo de serviço não é permitido a policiais militares, mesmo na situação de Silva como temporário. Vigilantes de empresas de segurança devem ser registrados pela Polícia Federal. |
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