CONVITE AO PENSAR: A ALTERNÂNCIA DE PODER E MOBILIDADE SOCIAL EM ITARANTIM, PÓS-ELEIÇÃO

Por José Alves Nunes 

A alternância de poder que acontece a cada quatro ou oito anos por conta da disputa eleitoral, mexe com tudo e com todos(as) para o bem ou para o mal. Garante, entre outras coisas, a mobilidade social e as mudanças de papéis na sociedade. O vai e vem de pessoas na cidade e em algumas repartições municipais, após o veredito das urnas, revelam que as mudanças já começaram.

Aquelas pessoas que participavam e decidiam sobre todas as coisas na cidade passarão a ocupar um espaço periférico nas decisões. Algumas perderão importância política, outras cairão no esquecimento e as bajulações de outrora – que até incomodavam - já não terão razão de ser, espero. As primeiras a serem esquecidas serão aquelas que perseguiram aberta ou veladamente docentes, profissionais da saúde e os mais pobres da cidade. Já aquelas pessoas que foram excluídas das decisões e do convívio social começam a se prepararem para passarem pela metamorfose social. Deixarão o anonimato social para influenciarem diretamente nos destinos das pessoas e da cidade nos próximos anos. 

Algumas dessas pessoas que não eram vistas nas ruas e nas praças da cidade, passarão a transitar com tanta frequência que nem parecerão que viveram algum nível de depressão. Alternância de poder e mobilidade social - palavras “benditas e curativas” - curando o que as religiões e as neurociências não foram capazes. E o grande CARLOS DRUMMOND, que escrevo com letras maiúsculas, quase me convenceu que a vida é besta, será mesmo?

Alternância de poder e mobilidade social, palavras difíceis de serem aceitas por alguns, mas desejadas por muitos. O ex prefeito voltará a ser um “simples mortal”, cidadão como todos os outros. Já o novo prefeito, que governará por quatro ou oito anos, terá a oportunidade de escrever UMA NOVA HISTÓRIA para si e para os outros. Que seja uma HISTÓRIA com um FINAL FELIZ, principalmente na saúde (agora comandada por um mulher e com a chegada da vacina), na educação (agora também com mulher no comando) e na vida dos mais pobres da nossa cidade. A mudança se dará de maneira mais radical em outros setores. Na educação, por exemplo, diretores(as) tornar-se-ão professores(as) e professores(as), diretores(as). Secretários das várias secretarias, salvo as exceções, retornarão aos seus antigos postos.

Os que perderam a eleição lembrarão, com nostalgia, que há quatro anos viveram experiência parecida, só que na ocasião os ventos lhes foram favoráveis. Bem diferente de agora em que os mesmos ventos políticos têm aparência de tempestade. Todavia, aos que passarão a “mandar” nas decisões da cidade e aos que passarão a “obedecer”, uma máxima sempre atual serve para todos(as): “COLHEMOS O QUE PLANTAMOS’’.

Diante da alternância de poder e de toda essa mobilidade social que acontecem a cada quatro ou oito anos, ouso dizer com letras minúsculas o que o grande Drummond não disse: eta vida sábia, meu Deus.

* José Alves Nunes é Bacharel Licenciado em Filosofia pela PUC-Minas e Filosofia da Educação pelo ISTA