Na semana em que o Brasil teve os piores números da covid-19, o presidente Jair Bolsonaro voltou nesta quinta-feira, 4, a minimizar a pandemia e criticar as medidas de isolamento social.
“Nós temos que enfrentar os nossos problemas, chega de frescura e de mimimi. Vão ficar chorando até quando? Temos de enfrentar os problemas. Respeitar, obviamente, os mais idosos, aqueles que têm doenças, comorbidades, mas onde vai parar o Brasil se nós pararmos?”, questionou o presidente em São Simão, Goás.
Bolsonaro voltou a apelar para que governadores e prefeitos não adotem medidas restritivas para conter a crise sanitária e disse que gostaria de ter o poder para definir a política de enfrentamento ao vírus.
A visita a São Simão foi a primeira que Bolsonaro fez a Goiás em 2021. Nas imagens feitas na cerimônia, ele aparece sem máscara. A Organização Mundial de Saúde (OMS), no entanto, recomenda o distanciamento social, o uso de máscaras e a lavagem das mãos como medidas de prevenção contra o novo coronavírus.
Bolsonaro elogiou ainda o "homem do campo" por ter continuado a produzir durante a pandemia. "Vocês (produtores rurais) não ficaram em casa, não se acovardaram”. E repetiu o argumento de que foi impedido de decidir sobre políticas de combate ao vírus no País, apesar da fala não ser verdadeira.
Desde o ano passado, Bolsonaro alega que o Supremo Tribunal Federal tirou dele a possibilidade de agir na pandemia, deixando isso para os Estados e municípios. A Corte decidiu em abril de 2020, contudo, que a União, Estados, municípios e o DF têm "competência concorrente" na área da saúde pública para realizar ações que reduzam o impacto da covid-19.
"Eu apelo aqui, já que foi me castrada a autoridade, para governadores e prefeitos: repensem a política de fechar tudo, o povo quer trabalhar", afirmou. "Vamos combater o vírus, mas não de forma ignorante, burra, suicida. Como eu gostaria de ter o poder, como deveria ser meu, para definir essa política. Para isso que muitos de vocês votaram em mim", disse.
No discurso de quase 20 minutos, o presidente disse que até o final do próximo mês o país terá recebido ao menos 40 milhões de doses de vacinas contra o novo coronavírus.
“Só este mês vamos chegar 20 milhões de doses para nós, no mínimo, o mês que vem, no mínimo, 40 milhões de doses. Somos responsáveis, estamos fazendo o que é certo”, afirmou o presidente.
De acordo com ele, as vacinas começaram a ser compradas assim que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou e seu governo nunca se afastou delas.
“Nunca nos afastamos de buscar vacinas, mas sempre disse uma coisa: ‘ela tem que passar pela Anvisa’. A gente está vacinando seres humanos e a Anvisa é uma passagem obrigatória. E isso aconteceu tão logo a Anvisa começou a certificar as vacinas, nós passamos a comprá-las. Hoje somos um dos países que em valores absolutos mais temos gente vacinada.”
Fonte: A Tarde
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