Ernesto Araújo pede demissão do Ministério das Relações Exteriores

Foto: A Tarde 



O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu demissão do cargo nesta segunda-feira, 29, após pouco mais de 2 anos à frente da pasta.

Sua saída era esperada após a pressão do Congresso Nacional e do corpo militar que auxilia o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) pela troca na pasta, vista negativamente pela condução baseada no viés ideológico que, na visão de parlamentares de vários espectros políticos, estaria trazendo inúmeros prejuízos ao Brasil.


De acordo com membros do Senado Federal, o negacionismo de Araújo, e seus constantes ataques ao governo chinês, foram responsáveis pelo desgaste da parceria comercial entre os países, o que dificultou a entrega de insumos para vacina no momento em que o Brasil vive o pior momento da crise do Covid-19.


Desgaste


O desgaste entre o ministro e o meio político aumentou nesta última semana. Na quarta-feira, 24, ele foi cobrado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por uma atuação mais efetiva na busca pelas vacinas. A cobrança foi feita em meio a uma reunião no Palácio da Alvorada, da qual participaram também o presidente Jair Bolsonaro, outros chefes de poderes e ministros.


No mesmo dia, em uma sessão do Senado, Ernesto ouviu de senadores pedidos para deixar o cargo.


Na quinta, 25, o próprio líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse que "Ernesto Araújo não tem ambiente" para negociar ajuda internacional ao Brasil para acelerar a chegada de vacinas.

O último episódio ocorreu no fim de semana, quando Ernesto se envolveu em um atrito com a senadora Kátia Abreu (PP-TO).


O ministro escreveu em uma rede social que, em um almoço no início de março, a senadora, presidente da comissão de relações exteriores, lhe disse que ele seria o "rei do Senado se fizesse um gesto em relação ao 5G".


A declaração de Ernesto sobre a senadora foi vista como desespero por senadores, uma tentativa de tirar o foco da pressão por sua demissão.


Kátia Abreu respondeu a postagem do ministro e disse que é "uma violência resumir três horas de um encontro institucional a um tuíte que falta com a verdade".


Vários senadores prestaram solidariedade a Kátia Abreu, e o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), criticou a fala de Ernesto, a qual chamou de "cortina de fumaça".


Perfil


Ernesto Araújo foi anunciado como ministro das Relações Exteriores de Jair Bolsonaro durante a transição de governo, em novembro de 2018, e assumiu o ministério com o início do mandato de Bolsonaro.


Enquanto ministro, Ernesto Araújo criticou a política externa adotada pelo Brasil em governos anteriores. O ministro causou polêmicas com falas sobre comunismo e ao dizer que o fascismo e o nazismo eram de esquerda.

 

Cotados ao cargo


Já há alguns nomes sendo cotados para o cargo. Da ala militar, o almirante Flávio Rocha. Do Itamaraty, o embaixador Carlos Alberto Franco França (ex-chefe do Cerimonial de Bolsonaro); o embaixador Luiz Fernando Serra (embaixador do Brasil na França); e o embaixador George Firmeza (assessor do almirante Flávio Rocha).


Fonte: A Tarde 

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