Não podemos continuar assistindo um falso e fantasioso sentimento da realidade, a partir de políticas miméticas
Com
as chuvas que caíram em Itarantim na noite de quinta-feira (01), uma situação
recorrente ocorreu: ruas e casas alagadas. Foram apenas chuvas que duraram menos
de 2 horas, mas, seus transtornos causaram sérios prejuízos aos moradores
atingidos.
A
partir de 2010, a população municipal saltou de 16.923 para 19.843 habitantes em
2020, segundo estimativa do IBGE. Para adequar esse crescimento, novos bairros
surgiram com pouco ordenamento urbano. Nesse sentido, a última grande discursão
ocorreu quando a câmara de vereadores organizou os princípios da Lei Orgânica Municipal
para garantir a autonomia política do município, em 1990, onde ficou
estabelecido os códigos de postura, obras, edificações e tributos. Agora, com a
iniciativa do atual presidente Zeza Gigante e sua mesa diretora, em adequar as
leis que regulam as responsabilidades institucionais públicas, será preciso uma
grande reflexão para evoluir o debate político com ampla participação popular
na efetivação de proposições afirmativas de investimento na infraestrutura
urbana.
Ao
longo do período de expansão da cidade, podemos observar poucos avanços na
atuação do poder público, principalmente da câmara municipal, que tem a
prerrogativa legisladora e fiscalizatória em seu ordenamento. Com o crescimento
populacional, os atuais parlamentares, a partir da revisão da Lei Orgânica Municipal,
precisam refletir sobre os instrumentos políticos que regulam os serviços
básicos indispensáveis de ocupação urbana, efetivando um plano diretor, de
acordo com o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001).
Com tantos outros problemas, para evitar que as chuvas continuem a causar prejuízos
e transtornos aos habitantes da cidade, a prefeitura e a câmara de vereadores
devem mudar o comportamento dos serviços públicos e seus responsáveis. A
política institucional não poderá continuar sendo apenas decorativa e, muitas
vezes, tendo seus agentes públicos escolhidos por meros acordos eleitorais.
Como
estamos vivendo e assistindo, o mundo pós-pandemia será outro e desconhecido. Obras
serão imprescindíveis, contudo, mais imprescindível será democratizar e
humanizar o equilíbrio socioemocional com participação social e responsabilidade
afetiva. A cidade é de todos e todos têm direito à cidade.
De São Paulo, 3 de abril do Ano da Graça de 2021, J Rodrigues Vieira, para o ‘blog’ Alerta Itarantim.
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