Homenagem aos professores e professoras de Itarantim.

 

CONVITE AO PENSAR:
TODO(A) PROFESSOR(A) É IMORTAL
(A importância da valorização e do título de imortal ao Professor(a) aposentado(a))

                                                                                                                                                                                                                   *Por José A. Nunes

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odo(a) professor(a) é imortal. E todo município deveria ter um memorial dedicado aos imortais da educação. Um espaço onde ficaria exposto um livro com os principais feitos e lembranças biográficas dos Professores(as) imortais do município. Teria ainda a foto com o ano de início e término da sua jornada para que os visitantes contemplassem o rosto e a história de um verdadeiro imortal. E, abaixo ou acima da foto, o seguinte letreiro: “Sobre os ombros deste(a) gigante, muitos conseguiram enxergar melhor e mais longe o mundo”.

Aquela galeria - depois de abençoada - em pouco tempo receberia cheiro e status de sagrado. Alguns ambientes não precisam de muita pompa para exalar suntuosidade. A sua importância e valor nascem dos seus homenageados. Contudo, ainda era pouco para esses gigantes da educação. Além do espaço memorial seria necessário um dia de feriado, garantido em lei, para que os moradores também pudessem reverenciar os imortais. Um dia para lembrar e homenagear as/os imortais da educação do município.

(..) Talvez um ou outro professor(a) não se sinta hoje um imortal e nem galga tal honraria. Talvez, devido a falta de valorização, de apoio, de reconhecimento ou devido as perseguições e sabotagens sofridas ao longo da jornada ou, simplesmente, por ser um desprendido. A esse docente, se houver, ofereço um mergulho nas palavras do saudoso e também imortal Rubem Alves: “Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais”.

Se ainda houver algum professor(a), que não se acha imortal, convido-o ao seguinte exercício: Olha para o passado, para o seu tempo em sala de aula e recorda dos seus professores (as), principalmente aqueles(as) que já não estão entre nós. E depois de um profundo respiro na alma, responda: Eles/Elas são ou não imortais? Merecem ou não tal atribuição e homenagem? Saiba, pois, que os seus alunos e concidadãos terão, no futuro próximo, os mesmos sentimentos por você. Até mesmo aqueles que te acham, num momento ou outro, “severo(a)” demais. É que alguns reconhecimentos e sentimentos só nos alcançam postumamente.

Todo professor(a) merece ser valorizado(a) e reconhecido(a) pelo o que faz no dia a dia, mas aquele(a) que segue firme no ofício da docência merece o título de imortal. Merece não pela obra de reconhecido valor literário, exigida pela ABL (Academia Brasileira de Letras), que alguns ainda não publicaram. Nem pelos tratados filosófico-políticos que ainda não escreveram. Nem pelas “Mona Lisas” que ainda não pintaram.

As obras destes imortais são muito mais preciosas e de valor imensurável. São obras escritas, pintadas, gravadas na alma de homens, mulheres e crianças espalhadas pelos grandes e pequenos municípios. Essas obras, podem ser encontradas nas prefeituras, nas câmaras legislativas, nos hospitais, na zona rural, nas igrejas, nos lares, nas ruas da cidade. Onde houver alunos ou ex-alunos exercendo alguma atividade, ali está a razão da imortalidade de um(a) professor(a).

Assim sendo professor/professora, sinta-se já agora imortal! Sinta-se merecedor(a) das homenagens e honrarias. Contudo, deseje que a sua imortalidade ecoe pela vida e se estenda pela história. Que os seus alunos e concidadãos ao contemplarem a sua foto na parede daquele memorial simples e sagrado - que em breve emergirá país afora – sejam transportados ao tempo de seu ofício em sala de aula, lembranças que o tempo não apaga. Que seja experiência similar àquela quando nos deparamos em frente à Mona Lisa ou quando lemos Miguel Cervantes e Victor Hugo. Experiência que nos tira do mundo e quando voltamos já não somos os mesmos, e a nossa realidade também já é outra.

_________________________(Artigo extraído do projeto "Todo(a) Professor(a) é Imortal)______________________ 

*Bacharel Licenciado em Filosofia pela PUC-Minas; Filosofia da Educação pelo ISTA; Cursou dois anos de Teologia e cursos de especialização no campo da Terapia Cognitivo Comportamental.



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