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Por José A. Nunes*
Nem toda obra pública importante é necessária. Nem toda obra pública necessária é urgente para o povo. Um exemplo é a troca das lâmpadas incandescentes dos postes por luminárias de LED já iniciadas em algumas ruas da cidade. O “amarelo” tem dado lugar a um branco vivo, clareando melhor as ruas e até mostrando melhor os estragos, causados não pelas chuvas que sempre são bem-vindas, mas pelo descaso dos governantes ao longo de décadas em alguns bairros e ruas de Itarantim. Toda obra iniciada e concluída é importante para a cidade, mas não basta ser apenas importante, ela precisa também seguir a ordem de necessidade e urgência.
Portanto, diante deste investimento na iluminação da cidade temos a obrigação e o dever de fazer algumas perguntas: Essa obra pública era mesmo necessária? A iluminação antiga estava gerando algum tipo de problema? A cidade estava às escuras e os moradores não conseguiam ir e vir? Era necessária e urgente neste momento em que as fortes chuvas invadiram casas, levando famílias ao desespero? Famílias que continuam computando os prejuízos e cercadas ainda por lama e falta do devido amparo legal dos órgãos competentes. Sem esquecer que este grande investimento com recurso público, que vai poupar quase 80% de energia na cidade (outras cidades já iniciaram), vai favorecer as grandes empresas, indústrias e empresários do país que serão beneficiados com a energia poupada, mas paga com o dinheiro público. Enquanto nós vamos continuar pagando o mesmo valor ou até maior, como aconteceu quando trocamos as lâmpadas de nossas casas.
Uma
outra obra, ainda no âmbito da promessa, que tem provocado pontos de vista
diferentes, é o tal asfalto para as principais ruas do centro da cidade.
“Promessa” de um importante deputado estadual que já não tem a mesma popularidade
de outrora, inclusive entre antigos companheiros. Temos que reconhecer que será (se
vier mesmo como dizem algumas lideranças) uma obra importante para cidade. Mas
será uma obra necessária e urgente? Digo porque temos em Itarantim
ruas, em que moradores há décadas sofrem com a poeira em tempo de sol e lama em
tempo de chuva. Ruas antigas em que moradores clamam por pavimentação, praças e
saneamento básico. Diante da contradição, tenho a impressão que a importante
obra (mas não necessária e urgente) em ano de eleição poderá gerar aquilo que
na psicologia chamamos de “Lei do efeito reverso”. Afinal, o principal
eleitorado do partido do deputado fica nos bairros periféricos que clama a
décadas não por asfalto, mas por calçamento simples e saneamento básico
(abastecimento de água diário, esgotamento sanitário, limpeza urbana e a
drenagem de águas pluviais).
Estou
convencido que a obra mais importante,
mais necessária e mais urgente, dentre outras, é a conclusão do Colégio do Bairro Senhor do
Bomfim. Aquela Obra Pública depois de concluída vai valorizar o bairro e melhorar
a vida dos seus moradores. O bairro do Senhor do Bomfim sempre foi deixado em
segundo plano e já vem esquecido há décadas por algumas administrações. Quando
finalmente chega uma obra pública grande, que vai impactar na qualidade da
educação dos moradores é deixada pela metade e com possibilidade real de virar
uma “construção mal assombrada”.
Aquela obra, repito, importante, necessária e
urgente, se não concluída nesta
gestão não mais será. Isto porque a sua estrutura e demais materiais expostos
ao tempo estarão comprometidos para sempre e teremos, finalmente, um elefante
branco, melhor, encardido na entrada da cidade. Para os que adoram buscar
culpados e dizem que a culpa é do ex-prefeito Paulo Construção, em parte tenho
que concordar. Contudo, tenho que acrescentar aos que ficam presos ao
retrovisor da política que Paulo não é mais prefeito, e já foi punido nas urnas
pelo povo que não lhe deu a reeleição. Lembro ainda aos “retroviseiros” que,
querendo ou não, a outra parte da culpa recairá sobre o atual prefeito que ao ser
eleito pelo povo recebeu o município de “porteira fechada” (jargão da política),
ou seja, assumiu o município com todos os seus problemas, inclusive aquela obra
inacabada.
Acredito que ainda é tempo de terminar aquela obra
e melhorar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Senhor do Bomfim. Mas, o
atual gestor precisa querer juntamente com sua equipe fazer a diferença e colar
na sua imagem a marca do slogan “nova gestão”. Contudo, sei que certas
cobranças políticas só viram realidade com pressão popular e todos pressionando
juntos. Que os moradores do Bairro Senhor do Bomfim comecem a cobrar mais,
realizar movimentação inclusive um abaixo-assinado cobrando do prefeito, do Ministério
Público e das autoridades constituídas. Também os nobres vereadores (oposição,
situação e independentes) podem cobrar mais da tribuna e até encabeçar o abaixo-assinado com os moradores. Também as autoridades religiosas podem dos púlpitos
das igrejas pregar, como bons profetas, em favor do povo do Senhor do Bomfim.
Também as Organizações Sociais, ONGs, Sindicatos, lideranças políticas, professores(as)
e diretores(as), blog, sites e redes sociais (como importantes formadores de
opinião) podem manifestar e pressionar em favor da conclusão daquele colégio.
Assim sendo, da minha parte prometo continuar cobrando e todo mês escrever um
artigo lembrando o prefeito da importância da conclusão daquele colégio para os
moradores e para o Bairro. Que Deus nos guie nesta causa nobre e guie o
prefeito e seus secretários, os únicos capazes de terminarem aquela obra IMPORTANTE,
NECESSÁRIA E URGENTE para o Bairro do Senhor do Bonfim e para a nossa cidade.
*Bacharel Licenciado em Filosofia pela PUC-Minas; Filosofia da Educação pelo ISTA; Cursou dois anos de Teologia; Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental e Lideranças para a Era Digital.
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