Por José Alves Nunes*
Que existe uma mudança política
em curso em nossa cidade muitos concordam e já percebem o mover das pedras no
tabuleiro político. Também concordam que não é uma mudança natural, mas fruto
da ausência daqueles grandes líderes políticos que a cidade perdeu entre 2017 e
2020. O que alguns não concordam, e o tempo dirá quem tem razão, é que algumas
alianças podem se tornar um peso ou uma armadilha na longa jornada até 2024.
Mas o que chama mesmo a atenção
nesse realinhamento político, é a movimentação tímida do ex-prefeito Paulo
Construção, enquanto alguns avançam “velozes e furiosos” em sua seara política.
Paulo parece (repito, parece) não compreender bem a complexidade dessa nova
conjuntura e como ela vai determinar o futuro político de alguns líderes.
Construção foi tirado do poder pela a maioria do povo, fato, mas saiu com uma votação
importante para esse “admirável novo mundo” político. Foram 3.347 votos que garantem
a Paulo o protagonismo que alguns tentam negar, inclusive alguns ex-amigos do
poder.
Uma votação importante e que pode
fazer toda diferença nesse novo cenário. Quando comparada com a votação do
terceiro colocado, é possível quantificar a dimensão da sua importância. Quase
1.900 votos de diferença. Votação que Paulo conquistou no momento que sofria a sua
maior rejeição política e alguns de seus “amigos do poder” já começavam a saltar
do barco. Momento em que alguns aliados já não demonstravam o mesmo entusiasmo
de 2016 e outros já não escondiam a insatisfação. Mas, mesmo em meio a tudo
isso, 3.347 eleitores permaneceram fiéis a Paulo. Construção não pode se
subestimar e nem aceitar ser subestimado nessa nova conjuntura, onde apenas
dois líderes políticos ostentam a insígnia de ex-prefeitos.
Precisa lembrar ou ser lembrado
que nesse realinhamento político, parte importante do povo também se sente
“órfão” daqueles grandes líderes. Sente-se livre das “tutelas” dos ex-prefeitos
para seguir qualquer caminho. Paulo terá que ouvir bem os amigos e ficar "esperto" com os seus “ex-amigos do poder”. Em 2020, Paulo ouviu os amigos do poder e
partiu para reeleição, quando os verdadeiros amigos e as pesquisas internas o aconselhavam
a recuar. Agora, Construção terá que fazer outra escolha difícil: assumir o
protagonismo “nesse admirável novo mundo” político ou aceitar o papel de
coadjuvante?
Entrar ou sair da política não
é tão fácil como parece. E o verdadeiro político sabe que os problemas da
política só podem ser resolvidos na política. Para tanto, é fundamental conservar
seu extrato político e defender até o fim a sua base política.
*Bacharel Licenciado em Filosofia pela PUC-Minas; Filosofia da Educação pelo ISTA; Cursou dois anos de Teologia; Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental e Lideranças para a Era Digital - Autor do livro 'O Camponês e o Naturalista' recém lançado pela a Amazon e a Uiclap.
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