CONVITE AO PENSAR: A IMPORTÂNCIA DA ELEIÇÃO DE DEPUTADO E DA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA EM ITARANTIM



                                  Por José Alves Nunes*

Qual é mais importante para 2024: a eleição de deputado ou a da presidência da câmara? Essa é uma pergunta que todos os atores políticos deveriam fazer e responder da forma mais realista possível. Principalmente, aqueles atores que sonham voar alto em 2024. Lembrando que em política não basta voar alto, é mais importante que o voo seja “seguro” para evitar a mesma “imprudência e vaidade” que levaram o jovem Ícaro à sua própria ruína (ver o mito de Ícaro).

Tentar responder sobre essas duas eleições em Itarantim, e tentar determinar o nível de importância delas não é tarefa fácil. Tanto que alguns até gostariam que a municipal acontecesse antes da estadual. Já outros acreditam que a eleição de deputado é mais importante e estão investindo alto nessa estratégia. A verdade nua e crua é que são duas disputas muito importantes para 2024. Mas, talvez, na atual conjuntura, seja mais estratégico focar um olho na eleição de deputado e os dois na presidência da câmara.

Os olhos não podem e não devem ser desviados da eleição da Câmara. A presidência da câmara fará muita diferença, para o bem ou para mal, em 2024. Claro que a eleição de deputado não deixará de ser importante, mas por conta de toda essa fragmentação nas oposições não terá o mesmo peso que teve em outros momentos. A votação fragmentada de deputado será a maior e a mais complexa dos últimos tempos. Ela servirá nem tanto para rivalizar com o prefeito, muito mais para unir ou dividir ainda mais as oposições. Tudo vai depender do grau de realidade ou de vaidade política dos principais líderes de oposição.

Fato é que a eleição da Presidência da Câmara poderá garantir um fôlego extra ao grupo vitorioso e colocar a corda no pescoço do grupo perdedor, mas sem esquecer que caberá ao povo o poder de esticá-la ou não. Nesse ponto, é necessário reconhecer a importância dos vereadores de oposição e situação na eleição da câmara, mas igualmente a dos vereadores independentes.  

Os vereadores independentes têm, em grau maior ou menor, ditado um ritmo diferenciado no legislativo que precisa ser considerado na eleição da câmara. Esses vereadores parecem que entenderam o poder que têm na atual conjuntura e estão fazendo valer cada decisão tomada, e sem serem cooptados por nenhum grupo político até aqui. Aprenderam transitar de um extremo ao outro com uma “insustentável leveza” política de dar inveja ao próprio Milan Kundera, autor do termo.

A eleição/votação de deputado não deixará de ser importante na atual conjuntura. Mas a eleição da presidência da câmara tem tudo para impor seu próprio ritmo em 2024. Os vereadores de oposição e de situação, juntamente com seus líderes políticos, terão a oportunidade de fazer a coisa certa agora mais do que nunca. E, para tanto, precisam reconhecer a importância dos seus vereadores, mas, o grupo político, que conseguir incluir no pacote os vereadores independentes levará muita vantagem.

Por fim, talvez, seja oportuno relembrar aqui um velho principio já esquecido de alguns: em política, às vezes, é permitido errar por excesso, nunca, jamais por omissão.

*Bacharel Licenciado em Filosofia pela PUC-Minas; Filosofia da Educação pelo ISTA; Cursou dois anos de Teologia; Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental e Lideranças para a Era Digital - Autor do livro 'O Camponês e o Naturalista' recém lançado pela a Amazon e a Uiclap.


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