A ELEIÇÃO DA MESA DIRETORA LEGISLATIVA DE ITARANTIM E AS VERDADES (RE)VELADAS
Por José Alves Nunes*
A eleição da Mesa Diretora
Legislativa de Itarantim, que reelegeu Zeza para o biênio 2023-2024, trouxe a
tona algumas verdades (re)veladas que
carecem de certa compreensão política. E a melhor forma de fazê-la é a partir
dos principais atores da disputa, dos vereadores Zeza (UB) e Dudu (PL).
O vereador Zeza, ao conquistar a reeleição, torna-se a liderança que
mais avançou nas oposições até aqui. E, diferente de outros oposicionistas, contará
com um “superorçamento” nos próximos anos. É importante dizer que metade da reeleição, Zeza a conquistou ao
longo dos dois anos de mandato. Principalmente quando não esticou a corda
naquele embate com os vereadores Léo Ferreira (PP), Jeferson Mototaxi (MDB) e
Hilton Rocha (MDB). Se tivesse esticado a corda, dificilmente seria reconduzido
à presidência. A outra metade veio de três fatores importantes: (1º) as arestas
políticas que ficaram da disputa passada e que pesaram contra o seu oponente; (2º)
a inclusão de novos vereadores (Hílton e Naninho) na chapa atual e o (3º), foi
favorecido ao antecipar a eleição legislativa.
Zeza costurou bem a reeleição e
avançou muito nas oposições porque tem uma “mente oculta” que o assessora muito
bem, e a distância. Não foi a toa que uma de suas principais ações, logo que
assumiu a Presidência da Câmara, foi homenagear o ex-prefeito Gideão Mattos (in memoriam). Ao estampar o nome do
alcaide no prédio da Câmara Municipal, em letras garrafais, Zeza aproximou dessa
ala política que continua órfão de um líder.
Agora Zeza, com assessoria a
distância, dará passos importantes na costura da sua candidatura a prefeito pela
oposição. E “ganhou de presente” o mais difícil: uma base política para chamar
de sua. Precisando tão somente despontar bem nas pesquisas, coisa que qualquer assessoria
“mediana ou especializada” é capaz de fazer. Principalmente depois de Zeza
passar dois anos distribuindo “títulos” aos principais empresários e pessoas
importantes da cidade; também pelo “superorçamento” legislativo que terá à sua
disposição; e, o mais importante, por já conseguir “cooptar” alguns agentes
políticos para a sua causa.
Nesse último ponto, cooptar
líderes políticos da oposição, Zeza e o seu principal “assessor/mentor”
certamente já conseguem antever que algumas pedras podem surgir no caminho e,
talvez, quem sabe, inviabilizar a sua candidatura a prefeito. A principal
delas, as cassações impetradas pelo Ministro Alexandre de Morais (novo presidente
do TSE) começarem a chegar por essas bandas, o que mudaria radicalmente o formato
da casa legislativa. Também já conseguem antever (espero) que os vereadores
Naninho (MDB) e Hilton Rocha (MDB) (vice presidente e 2º secretário da câmara
2023/2024), sabem de política partidária, sabem como funcionam os bastidores do
poder legislativo e, portanto, não vão aceitar meros papéis decorativos.
Sobre a desistência do vereador Dudu é importante dizer,
antes de tudo, que entre retirar a chapa ou sofrer uma derrota esmagadora, o
experiente vereador preferiu a primeira. A luta pela presidência da câmara
ficou inviável por conta das arestas que ficaram do pleito passado, e que tornava
quase impossível a eleição do vereador Dudu.
Mas, o experiente político partiu
para a disputa confiante e conseguiu fazer a primeira parte mais difícil, registrar
a chapa “Harmonia entre os Poderes”. A outra parte foi tentar aparar as arestas
deixadas, ou seja, tentar reverter (tardiamente, diga-se de passagem) o voto contrário
a sua candidatura e que integrava a sua própria chapa.
Fontes confiáveis (que pediram
anonimato) disseram que Zeza não era unanimidade em sua base política, mas Dudu
também não. E Dudu, declaradamente, não era unanimidade em sua própria chapa.
Esse fato pesou contra o vereador Dudu já na partida e o
impossibilitou de receber “outras garantias de votos”.
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