CONVITE AO PENSAR: QUANDO AS ESTRATÉGIAS POLÍTICAS SÃO EQUIVOCADAS EXPÕEM PROJETOS E LIDERANÇAS POLÍTICAS

 


                                Por José Alves Nunes*

Dizem que Política não é para amadores. De fato, não é. Porque em política nada é por acaso. Não existe acasos em Política. Tudo que acontece, tem uma razão de ser (velada ou declarada). Por isso que as estratégias precisam ser pensadas, repensadas e só então executadas.

Nos últimos tempos, duas estratégias se mostraram totalmente equivocadas e fora de propósito na política de Itarantim. Quando as estratégias são equivocadas geram consequências que expõem projetos, lideranças políticas e deixam arestas para o futuro.

A primeira estratégia equivocada presenciamos quando as contas/2020, do ex-prefeito Paulo Construção, foram reprovadas. Aquele ato, pensado por algum “ciclope de um olho só”, gerou consequências e deixou arestas para muito tempo nas oposições. A mente (ou as mentes) que pensou e arquitetou aquele “açodamento político” deveria ser colocado em “quarentena política”, para aproveitar e rever conceitos básicos sobre estratégia política. Os xingamentos, as acusações, o rompimento de antigas amizades e o baixo resultado das oposições nas urnas foram consequências direta daquela articulação equivocada.

A segunda estratégia, também equivocada, aconteceu no último domingo, na Água Vermelha. Várias consequências surgiram daquele ato e outras mais graves foram evitadas, graças aos “bombeiros políticos” da base governista.

Que o vereador Dudu já vinha manifestando certa insatisfação, todos já sabiam. Se bem que quando o político é da base, o melhor meio de fazer cobrança não é da Tribuna. Exceto, quando se deseja que a insatisfação se torne pública e alcance o maior número de pessoas.

O que aconteceu na Água Vermelha, segundo algumas fontes, está ligada diretamente àquelas insatisfações proferidas da Tribuna. E depois de ouvir e analisar as fontes ouvidas, é possível entender que a mente que articulou aquele ato teve pelo menos dois motivos para fazê-los. Primeiro motivo: tentar reaproximar o Edil do prefeito Fábio Gusmão. Até certo ponto, um motivo louvável e até admirável, mas faltou combinar antes com o Líder Maior, que tudo indica foi pego de supressa, daí a reação. Mas, se o mal-estar não acontecesse com o prefeito, aconteceria com os outros vereadores da base. Afinal, a publicidade dada ao Vereador Dudu, naquele evento, despertaria naturalmente a ira dos demais vereadores.

É necessário avisar a mente (ou as mentes) que arquitetou toda aquela ‘expertise política’ que vereadores e futuros candidatos não aceitam esse tipo de tratamento especial para um vereador em detrimento dos demais.

O segundo motivo da mente (ou das mentes) que arquitetou aquela expertise foi, segundo as fontes ouvidas, dar visibilidade política ao vereador Dudu na Água Vermelha. A Água Vermelha, como sabemos, é uma importante região na disputa política, ali tudo é extremamente monitorado. Nada acontece sem os olhares das principais lideranças políticas. A região desperta interesse político de vereadores, ex-vereadores e futuros candidatos.

E como já é do conhecimento de todos, um vereador do alto clero, que tem sua principal base política na Água Vermelha, já disse que não mais será candidato. Essa decisão tem gerado sérias disputas para abocanhar o eleitorado desse vereador, que pretende apenas concluir o mandato e abandonar o legislativo municipal.    

Uma coisa, contudo, é certa: quem encabeçou e executou aquela 'expertise política' sem combinar com o prefeito, precisa ser chamado a porta fechada para reaprender alguns ensinamentos básicos sobre estratégia política. A “sorte” é que os bombeiros governistas, diferente dos oposicionistas, conseguiram controlar o incêndio (repito, controlar), mas as consequências continuarão nas brasas que queimam em meio às cinzas.

Diante das duas estratégias equivocadas e malsucedidas em nossa cidade, a da Água Vermelha em parte foi contornada. Que o preço a pagar não seja alto demais por conta de uma estratégia equivocada e fora de propósito. Afinal, em política nada é por acaso. Em política não existe acasos.


*Bacharel Licenciado em Filosofia pela PUC-Minas; Filosofia da Educação pelo ISTA; Cursou dois anos de Teologia; Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental e Lideranças para a Era Digital - Autor do livro 'O Camponês e o Naturalista' recém lançado pela a Amazon e a Uiclap.

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