O Censo/2022 apontou que a população do Brasil é de 203 milhões – Colunista do UOL explica as principais implicações para os municípios que perderam população, a exemplo de Itarantim
O IBGE divulgou, ontem (28), os primeiros resultados do Censo 2022 e apontou que a população do Brasil atualmente é de 203 milhões de pessoas. O colunista do UOL, José Roberto de Toledo, destacou que o novo número populacional traz uma série de implicações na formulação de políticas públicas e até mesmo no quadro eleitoral e, além disso, fez críticas a Paulo Guedes e ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"O governo Bolsonaro foi um desastre catastrófico na realização do Censo. A culpa é do senhor Paulo Guedes, que não deixou fazer o Censo em 2020, como deveria ser".
Fator Paulo Guedes.
O ex-ministro da Economia cortou a verba para o Censo em 2020 e
em 2021, quando já havia explodido a pandemia de covid-19. Quando foi
finalmente realizado em 2022, o orçamento foi cortado e a coleta, que deveria
levar no máximo dois meses, demorou 10 meses, porque faltava dinheiro e
recursos. "Esse Censo foi uma catástrofe do ponto de vista da gestão
administrativa por culpa do Paulo Guedes", afirmou Toledo.
Consequências graves para a formulação de políticas públicas.
O atraso na realização do Censo traz diversas consequências para um país, sobretudo na formulação de políticas públicas. Quando não se conhece sua própria população, é impossível atender as demandas específicas de determinada região ou grupo social.
Mudanças nas políticas públicas.
Hoje, a taxa de crescimento populacional do Brasil desacelerou e
é de apenas 0,5% ao ano. Isso significa que o país tem mais pessoas idosas,
menos jovens em idade de trabalhar e menos crianças. O impacto é uma mudança na
formulação de políticas públicas, uma vez que é necessário investir mais em
saúde geriátrica do que em maternidades e também investir menos em escolas e
mais em hospitais, levando em consideração a nova composição.
Censo vai impactar pesquisas eleitorais e gestão dos municípios
Os institutos de pesquisa consideram dados populacionais para
várias questões de amostragem em suas pesquisas. Com a mudança da distribuição
da população brasileira, com crescimento acelerado no Centro-Oeste e
desacelerado no Nordeste, por exemplo, os institutos precisarão do detalhamento
dos novos dados do IBGE para fazerem ajustes em suas amostragens.
Novo Censo deve impactar verbas para os municípios.
Municípios que perderam muita população correm o risco de perder
dinheiro do Fundo de Participação dos Municípios, enquanto municípios que
aumentaram sua população devem receber mais verbas. Canaã dos Carajás (PA), por
exemplo, aumentou sua população em quase 300% e deverá receber um aumento
significativo na verba recebida.
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