A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de abrir um inquérito contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) elevou a tensão no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro, que passou a temer, de forma mais concreta, a possibilidade de ser preso antes mesmo do desfecho do julgamento da tentativa de golpe de Estado. A informação é do jornal O Globo.
Na segunda-feira (26), Moraes acatou um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a abertura de uma investigação contra Eduardo Bolsonaro por suposta articulação junto ao governo do presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, para impor sanções a ministros do STF. A ação teria ocorrido no momento em que a Corte julga acusações contra Jair Bolsonaro e aliados pela tentativa de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2023.
O inquérito atinge diretamente o ex-presidente, já que Moraes determinou que ele preste depoimento à Polícia Federal em até dez dias, por ser, segundo suas próprias declarações, “o responsável financeiro pela manutenção de Eduardo Bolsonaro em território americano”. Eduardo está nos EUA desde fevereiro e, mesmo licenciado do cargo, é investigado por supostos crimes de obstrução de Justiça, organização criminosa, abolição violenta do Estado democrático de direito e coação no curso de processo.
Para um interlocutor do ex-presidente, “o Supremo transformou o Eduardo Bolsonaro em um expoente da direita. Deram um upgrade para ele”. A medida de Moraes, inédita no contexto da investigação da trama golpista, é vista por especialistas como um sinal de que o cerco jurídico contra o ex-presidente está se fechando. A Primeira Turma do STF já aceitou, por unanimidade, a denúncia da PGR contra Bolsonaro e outros sete aliados por tentativa de golpe, reforçando o ambiente de incerteza no campo político e jurídico da oposição.
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