Resenha Crítica do livro “Vinte Anos de Solidão: Cidade Ornada aos Pés de uma Imponente Pedra de Três Pontas”

                      Por Fábio Nogueira Lima*

A obra "Vinte Anos de Solidão", lançada pelo escritor José A. Nunes, aborda a temática da VIDA POLÍTICA. O autor se propõe a relatar a história política do município de Itarantim, dentro de um contexto histórico de vinte anos. O título da obra é emblemático e suscita questionamentos. Por que vinte anos de solidão? Qual a provocação que o autor quer fazer?


Para o município, esta obra é de grande relevância, pois permite ao leitor entender a história política local como uma valiosa coletânea dos acertos e erros do passado.


Com sabedoria e profundo conhecimento teórico, o autor leva o leitor a compreender que a política não se restringe a um pequeno grupo, sendo dever de todo cidadão refletir sobre o assunto. Essa reflexão é benéfica, sobretudo na visão dos gregos que propunha a democracia direta, na qual os cidadãos participavam ativamente das decisões políticas, e seriam ignorantes aqueles que não participavam das decisões, ou no dizer de Bertolt Brecht, chamados de "analfabetos políticos".

 

O filósofo vai além, provocando aqueles que se abstém da participação política, atitude que considera ignorância, uma vez que as decisões políticas impactam diretamente suas vidas, como no custo de vida e no acesso a bens essenciais.

 

Diante dessa situação, o livro convida os cidadãos a contemplarem a cidade do alto de um monte, para que percebam que aqueles que ocupam as melhores posições na cidade são os que detém o poder político, enquanto os que não anseiam por essa participação são marginalizados e excluídos. 


Com clareza e perspicácia, o autor conduz os leitores a conhecerem e aprenderem sobre a admirável história política de Itarantim, repleta de avanços e retrocessos, acertos e erros, sonhos e desilusõesAs conquistas e alianças políticas revelam traços marcantes dos líderes e da população nestes vinte anos.


A obra não é utópica nem ilusória, mas expõe os bastidores da política local, alertando para a possibilidade de a política ser utilizada como um jogo de interesses, no qual uma pequena casta manipula os desejos políticos de seus aliados.

Vinte Anos de Solidão é, portanto, mais que um retrato histórico. É um chamado à consciência e ao engajamento político. Uma obra de valor inestimável para a cidade de Itarantim — e um espelho vigoroso para realidades semelhantes.

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*É Professor, Graduado em Filosofia, Pós-graduado em Metodologia no Ensino de Filosofia e um ano de Teologia...

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