O BRICS iniciou neste domingo (6), no Rio de Janeiro, sua 17ª cúpula com uma configuração histórica: pela primeira vez, o grupo se reúne no formato “11+10”, com 11 países-membros e 10 nações parceiras. A ampliação recente, com a entrada da Indonésia como membro pleno em janeiro e do Vietnã como parceiro em junho, reflete a força crescente da articulação entre países do Sul Global.
Em editorial publicado neste sábado (6), o jornal Global Times, da China, destacou que o BRICS “aponta um novo rumo para a cooperação global”, baseado em abertura, inclusão e desenvolvimento compartilhado. O texto defende que o chamado “BRICS ampliado” tornou-se um motor do crescimento mundial e uma força estabilizadora diante do avanço do unilateralismo e do protecionismo.
Sob o lema “Fortalecendo a cooperação do Sul Global por uma governança mais inclusiva e sustentável”, a cúpula no Brasil estabeleceu três eixos prioritários: aprofundar a cooperação em saúde pública, apresentar uma posição unificada sobre a crise climática e facilitar o comércio e os investimentos entre os membros do bloco.
Na véspera do encontro, Colômbia e Uzbequistão formalizaram sua entrada como membros plenos do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), instituição criada pelo BRICS para financiar projetos de infraestrutura, energia limpa, saúde e inclusão social. Desde sua fundação, o NDB já aprovou 120 projetos, totalizando US$ 39 bilhões.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o BRICS cresceu 4% em 2024 — resultado superior à média global. Segundo o Global Times, esse desempenho demonstra que o BRICS transformou-se em um “motor do Sul” que impulsiona o desenvolvimento mundial. O bloco representa hoje mais de 50% da população global, quase 30% do PIB mundial e responde por um quinto do comércio internacional.
Além dos avanços institucionais, estão em pauta na cúpula propostas concretas como a criação de um novo fundo de garantias, o lançamento da iniciativa “Tropical Forests Forever Facility” e um posicionamento conjunto pela reforma do FMI. O BRICS, segundo o editorial, continua a transformar palavras em ação: “Todos os compromissos estão sendo gradualmente implementados, com resultados concretos no desenvolvimento”.
A cúpula no Rio de Janeiro, para o jornal, representa um novo ponto de partida. O BRICS, afirma, continuará promovendo reformas na governança global, aprofundando a cooperação em múltiplas áreas e oferecendo uma resposta coletiva às mudanças estruturais do século XXI.
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