Convite ao Pensar: Sessão solene em Itarantim com mensagens de "paz e amor" do vereador e do prefeito preparam terreno para o primeiro embate político na próxima sessão

A política não é uma ciência exata, mas nada nela acontece por acaso. (Grifo meu)

A sessão solene de abertura dos trabalhos legislativos de Itarantim, realizada na última terça-feira (5), foi aguardada com grande expectativa pela população e pelo meio político. Embora a atenção estivesse voltada para a solenidade em si, o pronunciamento do vereador Dudu dos Tutas (PSD) e a mensagem enviada pelo prefeito Fábio Gusmão (PSD) eram os momentos mais esperados, especialmente após a recente ruptura política entre ambos. O conteúdo apresentado acabou surpreendendo parte do público.

Na mensagem do prefeito, não houve qualquer menção, direta ou indireta, ao rompimento político, evidenciando uma estratégia distinta da adotada pelo vereador. Dudu dos Tutas, por sua vez, foi direto ao tema e reafirmou, entre outros aspectos, que não retornará à base do prefeito e que o rompimento é definitivo. Ainda assim, garantiu que não criará polêmica com a gestão: “Independência é uma coisa, politicagem é outra coisa”, disse o vereador.

Também surpreendeu parte da população - os mais atentos - a presença quase total do primeiro escalão do governo na solenidade. Cumprimento de protocolo ou estratégia política? Embora ninguém tenha falado em nome do governo, quem se pronunciou o fez por conta própria, apenas pedindo sabedoria aos nobres edis. Presságio ou premonição política? E o que dizer dos INCAUTOS que acreditam e até propagam, induzidos pelos SOLERTES da política local, que 2028 ainda não começou - (tema do próximo artigo) - será mesmo?

Antes que alguém tente responder a essas e outras perguntas, ainda não é o momento. Melhor aguardar o próximo capítulo, que acontecerá na próxima sessão.

Isso mesmo, o verdadeiro ponto de inflexão parece estar reservado para a próxima sessão ordinária, marcada para o dia 12 de agosto. Nela, serão votadas a emenda aditiva ao Projeto de Lei nº 07/2025 e o veto total do Executivo ao Projeto de Lei nº 16/2025. O primeiro trata da isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para proprietários de imóveis que possuam filhos com necessidades especiais. Já o segundo propõe a redução da carga horária para servidores públicos municipais que tenham cônjuge, filho ou dependente portador de necessidades especiais.

Esses dois projetos marcarão o primeiro embate político pós-ruptura. Um foi alterado por emenda aditiva. O outro, vetado integralmente pelo prefeito Fábio Gusmão.

O Projeto de Lei nº 16/2025, de autoria de Dudu, foi vetado sob alegação de vício de iniciativa e impacto orçamentário, sem a devida observância das normas financeiras previstas na Constituição Federal, conforme consta no ofício encaminhado à Câmara. A votação, que ocorrerá por escrutínio fechado (voto secreto), será decisiva para revelar a correlação de forças dentro do legislativo municipal. Saberemos se a maioria dos vereadores permanece alinhada ao prefeito ou se há uma guinada em direção ao presidente da Casa. Também será revelador o silêncio daqueles vereadores que optarem pela neutralidade, por ora. Lembrando, que na política, o silêncio, às vezes, fala mais do que palavras.

Mais do que uma simples deliberação técnica, essa votação será um verdadeiro termômetro político. Indicará não apenas o grau de influência do prefeito Fábio Gusmão, mas também os rumos que a Câmara Municipal poderá tomar diante da ruptura entre o presidente da Casa e o chefe do Executivo. A próxima sessão promete ser o verdadeiro momento para começar a entender, de fato, os desdobramentos dessa ruptura política em Itarantim, e onde, finalmente, a mensagem de "paz e amor" poderá, quem sabe, dar lugar ao confronto.

Portanto, nada de respostas ou análises definitivas, ainda não existem elementos e informações suficientes para isso. O melhor mesmo é reservar a pipoca, tirar as crianças e os incautos da sala, e se preparar para o primeiro capítulo da ruptura política entre a "criatura e o criador", digo, entre o Presidente da Câmara e o Prefeito Municipal.

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