Convite ao Pensar: Saída do Vereador Dudu da Base Governista e o Xadrez Político em Movimento

A política, como o xadrez, mostra que antecipar os movimentos do oponente faz toda a diferença. Quem estuda melhor e prevê os passos do adversário domina o tabuleiro político. E, quando uma peça estratégica muda de posição, o XADREZ POLÍTICO não para — ele se reorganiza.

Dito isso, a saída do vereador Dudu dos Tutas da base do prefeito Fábio Gusmão não é apenas um rompimento político. É um movimento que abre espaço e provoca reações. Na política, não há espaço vazio que dure para sempre. O espaço deixado por Dudu é cobiçado, e sua ocupação será inevitável.

Assim como no xadrez, onde as peças têm valores conforme sua capacidade de ataque, na política os cargos variam em importância pela influência que exercem no governo ou pelo orçamento que controlam. E, como no xadrez político, o “sacrifício” de peças faz parte da estratégia — seja para conquistar posições mais vantajosas ou para fortalecer alianças.

Dudu, ao migrar para a oposição, sinalizou não apenas insatisfação, mas também a busca por mais protagonismo. Fora da base governista, ele se junta ao grupo adversário, apostando que terá mais espaço para alcançar seus objetivos. Esse é um direito do ser político, que pressupõe que a oposição local — ainda fragmentada — possa oferecer terreno mais fértil. Mas essa ação do vereador também obriga o governo a reagir.

A gestão de Fábio Gusmão deve reagir com agilidade e inteligência. O tabuleiro político não tolera lacunas. Se Dudu saiu, alguém deve entrar e ocupar o espaço deixado. Esse novo aliado pode surgir de onde menos se espera: da oposição mais radical ou daquela ala mais moderada. Há lideranças que, até agora, mantiveram distância das disputas mais intensas, mas que podem enxergar na base governista uma oportunidade de influência e visibilidade.

Enquanto o vereador Dudu "nada" em direção às oposições, pode se surpreender ao encontrar, ainda no mar, lideranças oposicionistas nadando rumo ao barco governista — especialmente aquelas que foram “tratoradas” ou desconsideradas na disputa política de 2024.

Esse tipo de rearranjo é comum na política. Alianças se formam, se rompem e se reconstroem. Se uma liderança oposicionista radical ou moderada migrar para a base do prefeito, o impacto será duplo: reforça ainda mais o governo e enfraquece uma oposição já dividida e fragmentada.

Mais do que preencher um espaço, a recomposição da base é uma afirmação de força política. A escolha de quem ocupará o lugar deixado por Dudu revelará muito sobre a capacidade de articulação do governo e sobre os rumos para 2026 e 2028 — sem esquecer, claro, da eleição da Câmara para o biênio 2027–2028. Trata-se de consolidar uma estratégia: a de que o governo segue firme, coeso e capaz de atrair apoios mesmo diante de dissidências.

Por isso, este “convite ao pensar” é também um convite à observação: quem será o escolhido a se juntar à base governista? Os próximos movimentos serão decisivos. Quem se aproxima, quem se distancia, quem se reposiciona — tudo isso compõe o tabuleiro político que, embora silencioso, nunca está parado.

Na política, o espaço vazio é apenas uma pausa antes da próxima ocupação. Porque, no fim das contas, seja no xadrez ou na política, antecipar o oponente é a chave da vitória.

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