Convite ao Pensar: Carlos Alberto líder da oposição, Zeza preterido de novo e a “mão invisível” que já interfere nas oposições

Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Itarantim, realizada na última terça-feira (21), o vereador Carlos Alberto (PP) anunciou sua indicação como líder da bancada oposicionista. Uma escolha que, embora tenha passado despercebida por muitos, revela disputas internas, estratégias políticas e movimentos silenciosos que influenciam o Legislativo e o futuro da oposição, especialmente por se tratar de um cargo anteriormente almejado por Zeza Gigante (PSB).

A rejeição silenciosa de Zeza

Em 13 de maio de 2025, Zeza tentou se autodeclarar líder das oposições, lembram? A resposta foi imediata: seus dois colegas de bancada (PSB e PP) rejeitaram publicamente a iniciativa. Carlos Alberto chegou a afirmar que não desejava ser liderado por ninguém no Legislativo: “Deixei claro para o colega que, na realidade, não vou assinar para ninguém ser meu líder aqui dentro”, disse ao microfone. Agora, ironicamente, é ele quem assume a liderança, e Zeza, mais uma vez, é preterido.

Essa reviravolta não é apenas uma simples indicação da bancada oposicionista. É um reflexo dos interesses políticos que operam nos bastidores da política partidária. Carlos Alberto, vereador de primeiro mandato, representa o chamado “baixo clero”. Enquanto Zeza, com vários mandatos, integra o “alto clero”, grupo que costuma ditar o ritmo e os discursos mais contundentes e irônicos no Legislativo.

A “mão invisível” nas oposições

A indicação de Carlos Alberto não parece ter sido fruto de mérito isolado, mas sim de uma articulação estratégica. Há quem diga que uma “mão invisível” já influência as peças do tabuleiro oposicionista, preferindo um nome mais fácil de conduzir politicamente. Carlos Alberto, em início de primeiro mandato, pode ser mais maleável do que Zeza, cuja trajetória é marcada por provocações e desestabilizações aos adversários políticos. Já foi chamado de “Romãozinho” pelo presidente da Câmara e alvo de adjetivos semelhantes pelo líder do governo, Mauro Sérgio, e outras lideranças políticas.

Essa escolha revela um cálculo político daquele ou daqueles que almejam mais protagonismo em 2026 e 2028. Carlos Alberto é visto como o mais conveniente para representar as oposições no Legislativo. A rejeição a Zeza não é apenas política, é estratégica. E quem quiser entender quem está por trás dessa articulação (a tal “mão invisível”), basta observar com atenção quais deputados Carlos Alberto apoiará em 2026. Algum incauto ainda acredita que ele apoiará os deputados ligados à ex-candidata Ana Paula Dantas (PP)? 

Peso e contrapeso: o desafio de contrapor Mauro Sérgio

Outro fator importante é o papel que Carlos Alberto deverá desempenhar para contrapor ao líder do governo no legislativo. Até aqui, Mauro Sérgio (Podemos) tem “nadado de braçadas”, utilizando os cinco minutos regimentais para “encerrar” sessões com discursos firmes e bem articulados. A oposição, sem uma liderança definida, vinha sendo ofuscada. Agora, Carlos Alberto terá a missão de equilibrar esse cenário, se conseguirá ou não, só o tempo dirá.

Esse embate é parte do mecanismo democrático conhecido como “peso e contrapeso”, que equilibra as forças políticas dentro de um sistema democrático. Ele garante que nenhum líder ou grupo concentre poder excessivo. A liderança de Carlos Alberto pode ser o início de uma nova dinâmica na Câmara, desde que ele consiga se firmar como verdadeiro líder da bancada oposicionista, e não apenas uma simples indicação protocolar.

A “reação” de Zeza e os desdobramentos políticos

Com a segunda rejeição dentro de sua própria base oposicionista, Zeza sai ofuscado, mas não fora da dinâmica política. Sua ironia e sarcasmo político na Câmara ainda podem surpreender os arquitetos e a “mão invisível” dessa manobra que colocou Alberto como líder das oposições. A política, como se sabe, não é ciência exata, mas nada nela acontece por acaso. Cada movimento é fruto de diálogo, interesse e estratégia. E Zeza, conhecendo bem os bastidores do legislativo, certamente buscará uma forma de se reposicionar e, quem sabe, devolver o “golpe” sofrido na mesma moeda.

As perguntas que ficam são: como Carlos Alberto exercerá essa liderança na prática? E como Zeza se reapresentará após mais uma rejeição interna? O cenário político das oposições no Legislativo e em Itarantim continua fragmentado e em disputa por espaço, e os próximos capítulos prometem ser tão intensos quanto reveladores.


Comentários

  1. Eu diria coitado de Carlos Alberto se ele não fosse um tonto sendo marionete nas mãos de Dudu e companhia. Bora ver como ele se sairá

    ResponderExcluir

Postar um comentário

A V I S O:
Devido ao momento político, a partir de hoje, só serão liberados na opção Comentar como ANÔNIMO, os comentários construtivos ou que falem das propostas ou das qualidades de candidatos a cargos eletivos nesta eleição. Os comentários de teor crítico, acusadores ou agressivos aos candidatos, autoridades ou a qualquer outra pessoa, só serão liberados se o autor se identificar na opção Comentar como: NOME/URL, no quadro de comentários. IDENTIFICAR VIA ITEM NOME/URL.