Os comandos da Aeronáutica e da Marinha anunciaram neste domingo que encontraram, até o momento, 17 corpos de vítimas do Airbus da Air France que caiu no oceano com 228 pessoas a bordo. Além disso, foram localizados "dezenas de componentes estruturais da aeronave", que fazia o vôo 447.
Um navio da Marinha está a caminho de Fernando de Noronha transportando os nove primeiros corpos recolhidos - quatro de homens, quatro de mulheres e um em que não foi possível determinar o sexo. Todos serão levados, posteriormente, para o Recife, onde será feita a identificação por peritos da Polícia Federal (PF) e da Polícia Civil de Pernambuco.
"A investigação desse acidente aeronáutico é de responsabilidade das autoridades francesas. Já a identificação dos corpos ficará a cargo da Polícia Federal e da Polícia Civil de Pernambuco", disse o tenente-coronel Henry Munhoz, da Aeronáutica.
Dos corpos localizados neste domingo, oito foram recolhidos pela fragata Ventose, da marinha francesa. De acordo com a FAB, mais cadáveres foram avistados boiando e serão recolhidos na seqüência das buscas.
O oficial também não soube dizer se os corpos foram encontrados com coletes salva-vidas, o que poderia significar que foi feita uma tentativa de aterrisagem da aeronave.
De acordo com a Marinha, os navios que trabalham nas buscas estão equipados com câmaras frigoríficas onde os corpos serão armazenados. A maioria das embarcações, atualmente 6 - uma francesa e cinco brasileiras - tem autonomia para transportar os cadáveres para Fernando de Noronha. A fragata Constituição deve chegar ao arquipélago na terça-feira, trazendo nove corpos.
"A prioridade de recolhimento são os corpos e depois os destroços", reafirmou Munhoz.
Demora para chegada dos corpos
Questionado sobre a demora da chegada dos corpos para identificação, representantes da Marinha e da Aeronáutica disseram que a operação durará o tempo que for necessário. O tenente-coronel Munhoz exemplificou a dificuldade de locomoção dizendo que a distância da área de coleta dos corpos para o Recife é equivalente à de Sâo Paulo à Porto Alegre.
Além de os navios estarem sujeitos às mudanças das correntes marítimas, a velocidade máxima de algumas das embarcações que participam das buscas não chega a 40 km/h.
Águas brasileiras
Segundo Munhoz, o ponto de concentração dos corpos e destroços fica a 1.166 km de Recife, mas ainda está em águas jurisdicionais brasileiras. O tenente-coronel disse que não é possível informar que este ponto é onde ocorreu a da queda do avião.
"Aquele é o ponto significativo de concentração dos destroços. Mas, o R-99 (avião da FAB equipado com radar eletrônico) continua fazendo buscas", disse ele.
O acidente
O Airbus A330 saiu do Rio de Janeiro com 228 pessoas a bordo no domingo (31), às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília).
De acordo com nota divulgada pela FAB, às 22h33 (horário de Brasília) o vôo fez o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III). O comandante informou que, às 23h20, ingressaria no espaço aéreo de Dakar, no Senegal.
Às 22h48 (horário de Brasília) a aeronave saiu da cobertura radar do Cindacta, segundo a FAB. Antes disso, no entanto, a aeronave voava normalmente a 35 mil pés (11 km) de altitude.
A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). A equipe de resgate da FAB foi acionada às 2h30 (horário de Brasília).
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