CUIDADO! SURTO DE CHIKUNGUNYA EM ITARANTIM

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Ciclo de Vida do Aedes Aegypti
Por Dr. Edson Suzart

A Febre Chikungunya é uma doença muito semelhante à dengue que é causada por um vírus RNA do gênero Alphavirus, conhecido como vírus Chikungunya (CHIKV). O nome dessa doença é derivado de uma palavra africana que significa “aqueles que se dobram”, uma alusão à aparência da pessoa acometida pela doença.Transmitida por mosquitos do gênero Aedes, a Febre Chikungunya é uma patologia endêmica dos continentes africano e asiático. Os primeiros registros de pacientes que contraíram a doença no Brasil foram confirmados pelo Ministério da Saúde em setembro de 2014. Antes desses dados, todos os casos confirmados da Febre Chikungunya foram de pacientes infectados durante viagens ao exterior.

A doença, apesar de pouco letal, é muito limitante. O paciente tem dificuldade de movimentos e locomoção por causa das articulações inflamadas e doloridas, daí o “andar curvado”. A febre chikugunya não é transmitida de pessoa para pessoa. O contágio se dá pelo mosquito que, após um período de sete dias contados depois de picar alguém contaminado, pode transportar o vírus CHIKV durante toda a sua vida, transmitindo a doença para uma população que não possui anticorpos contra ele. O Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa e o mosquito adulto vive em média 45 dias. É importante lembrar que os ovos que carregam o embrião do mosquito transmissor da febre chikungunya podem suportar até um ano a seca e serem transportados por longas distâncias, grudados nas bordas dos recipientes e esperando um ambiente úmido para se desenvolverem. Essa é uma das razões para a difícil erradicação do mosquito. Por isso, o objetivo é estar atento para bloquear a transmissão tão logo apareçam os primeiros casos.

O mosquito Aedes aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. Costuma picar, transmitindo a febre chikungunya, nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte. No entanto, mesmo nas horas quentes ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas de que alguns ataquem durante a noite. O indivíduo não percebe a picada, pois não dói e nem coça no momento. Por ser um mosquito que voa baixo - até dois metros - é comum ele picar nos joelhos, panturrilhas e pés.

Uma vez que o indivíduo é picado, demora no geral de 02 a 12 dias para a febre chikungunya se manifestar, sendo mais comum cinco a seis dias. O quadro clínico é muito semelhante ao da dengue, e os sintomas de febre chikungunya são:

* Febre
* Dor nas articulações
* Dor nas costas
* Dor de cabeça.

Outros sintomas incluem:
* Erupções cutâneas
* Fadiga
* Náuseas
* Vômitos
* Mialgias.

Os sintomas comuns de chikungunya são graves e muitas vezes debilitantes, sendo as mãos e pés mais afetados. No entanto, pernas e costas inferiores frequentemente podem estar envolvidas.
Para realizar o diagnóstico da Febre Chikungunya, alguns exames laboratoriais podem ser realizados. Assim como nos casos de dengue, o tratamento inclui repouso e o controle da febre e das dores no corpo através de medicamentos. Também é fundamental que a pessoa mantenha-se bem hidratada durante todo o tratamento. E o principal, procurar atendimento médico, evitando assim a automedicação.

É bom salientarmos, que Itarantim não é único município que apresenta este surto, todos os municípios da Bahia, que sofreram com o racionamento de água,apresentaram altas taxas de infestação, tanto por Chikungunya, como por Zika e Dengue. Não por menos, Itabuna está entre os municípios com as maiores taxas de incidências no Brasil, segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde − Ministério da Saúde.

E de quem é a culpa??
Culpar os órgãos públicos, ou apontar culpados é fácil, porém, por conta da nossa postura como cidadão, de não verificarmos a nossa residência semanalmente, o nosso entorno, os locais onde trabalhamos, vivemos e passamos, o controle do vetor se torna impossível. Não só fazer denúncias. Precisamos pensar no que nós podemos fazer para mudar essa situação.
Para querer melhoras, precisamos melhorar, e evoluir em nosso papel de cidadão.


Referências:
* Conteúdo revisado por Livro Dias, infectologista;
* Modificado a partir de: UJVARI, Stefan Cunha. Pandemias - A humanidade em risco; Editora Contexto, 2011; P53-69;
* Stefan Cunha Ujvari, infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz;
* Boletim Epidemiológico Ministério da Saúde Volume 47 N° 18;
* http://www.brasil.gov.br/saude.

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