ELEIÇÕES 2020: Debate Político em Itarantim.



Por Manoel Lopes 

Em Itarantim a população clama por um debate político entre os candidatos ao poder executivo: Du Almeida, Paulo Construção, Fábio Gusmao e Coelhão. Nas rodas de conversa não tem outra provocação: havendo o debate quem participaria? E mais, quem é o mais preparado para debater ideias? Ouvir dizer que estão apostando que tal candidato vai fugir do debate, caso aconteça. Essas e outras ideias são  recorrente em torno da possibilidade do debate.

Para que serve um debate. Para mim, debates públicos servem basicamente para duas  coisas. 

Primeiro, para que se observe o comportamento dos candidatos quando postos numa mesma arena. Como é essa candidata ou esse candidato? É uma pessoa educada ou um grosseirão? Um maluco vendendo terreno na lua ou uma pessoa ponderada e inteligente que defende uma ideia plausível? Um titubeante, hesitante, inseguro, que não articula duas ideias, ou uma pessoa firme, com propostas claras e capaz de defendê-las? Um ignorante ou um sujeito bem informado? 

Segundo, para que se saiba quais são as ideias sustentadas pelas candidaturas, os princípios que a pessoa defende, os seus compromissos e com quem ela se comprometeu. Tem a ver com o modo como o candidato vende ao público a sua diferença específica no mercado de ideologia, valores e ideias. Em que tipo de sociedade ela ou ele crê? Que tipo de cidade essa pessoa tem em mente? A cidade ou país que ela propõe ou imagina, não apenas em termos de obras e equipamentos, mas no que se refere a valores, à urbanidade, à convivência humana, é a mesma que eu gostaria de comprar na próxima eleição? Isso tem a ver com compartilhar uma visão – do mundo, do país, da cidade, da vida. A ideia por trás disso é que o eleitor não compra um candidato, compra uma visão. 

Um debate, em suma, é para apresentar diferenças e divergências; para que estas sejam examinadas em um atrito democrático, mas consistente e honesto, de ideias. Tudo isso para que o cidadão – para quem o debate, afinal, é feito – conheça as candidaturas, os candidatos, suas ideias e compromissos, e tome a decisão eleitoral que lhe cabe (se é que não já a tomou) com toda a informação necessária disponível. 

Numa democracia, debates não são para jornalistas nem para políticos, mas para o cidadão, justamente o único a quem a democracia reserva o poder de dar ou negar mandatos nas eleições próximas e vindouras.

Fonte  UOL- Wilson Gomes

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